31 julho 2007

uma outra xícara de café

Era uma casa simples, em uma vizinhança que remetia à sua infância.
As plantas nos vasos estavam bem cuidadas, verdes, vivas, belas. O varal ocupado por roupas seqüencialmente estendidas lado a lado. Ficou impressionada pela ordem das cores e quadros tão belos na parede. Tudo em harmonia. A letra no bilhete da geladeira, redonda lembrava do compromisso da quinta-feira. Gostavam ambos da arte e da língua francesa. Era uma manhã fria, o café ocupou a xícara e o centro da mesa durante a conversa matutina.
Anotou seu telefone, com a tal letra redonda, na agenda que ficava em cima da mesinha do canto da sala.
Fazia muito frio. O vento zunia pelas ruas, e o sol batia na janela.
As folhas acumuladas dançavam no corredor.

29 julho 2007

da segunda e última xícara de café do dia

Fez sua xícara de café, colocou sua bota e seu casaco pretos.
Muniu-se do melhor espírito festeiro e foi ao encontro dos amigos no lugar tão conhecido. Sentia-se tão em casa.
Queria celebrar, dançar e festar, despretenciosamente como há muito não fazia e ver o dia clarear, o sol nascer, e brindar.
Brindar as coisas simples.

25 julho 2007

as personagens do meu dia

pessoas que vem e vão,
amigos, conhecidos, passantes.
pessoas que ficam, que sempre estão.
pessoas que são esquecidas e outras que são lembradas.
mas têm aquelas que são lembradas com alegria
e aquelas que são empurradas no vão mais longe para o esquecimento.

tem umas pessoas que chamam a atenção
e daí eu fico imaginando quem seriam elas,
do que gostam de comer, o que elas estariam fazendo agora?
tem outras que passam desapercebidas, perdidas no meio do tumulto do dia a dia, pessoas cinzas, pessoas que estão fora do foco, do meu foco.
elas ficam todas lá no fundo da cena, inexpressivas, e esquecidas pela minha indagação.

e eu sou mais uma pessoa.
seria eu uma das que são lembradas ou uma fora de foco?
posso ser os dois, depende do foco de quem vê. se me vêem.
eu vejo.

às vezes quero ser vista, às vezes quero ser invisível.

hoje eu vi uma pessoa que não me viu. mas eu a vi. e vi, sempre tenho visto essa pessoa ultimamente.
hoje também vi uma pessoa que vi uma outra vez na rodoviária da cidade de São Paulo.
pense... bem, nesta probabilidade.
hoje eu fui vista e vi outros tão queridos que há tanto não via. e vi também alguém que não sei se verei de novo.
mas não vi as pessoas que vejo todo dia.

bobagens minhas, pensamentos meus.

18 julho 2007

dos olhos que viu

A moça contou sua história, contou desde quando era menina.
Os olhos ouvintes brilhantes ouviam.
A menina-moça contou seus segredos, mostrou seu avesso.
Ela não gostava muito de contar sobre os caminhos por onde passara.
Sempre tinha receio, medo da lembrança, do olhar daqueles que a escutavam.

Mas os olhos brilhante ouvintes viam que a moça ali era menina forte.
E ela amendrontada mais forte então se mostrava.
Assim fugia dos olhos brilhantes que ela fitavam.

16 julho 2007

ainda do dia de hoje

a chuva era esperada,
lava o telhado, lava as folhas não tão mais verdes.
o suor ensaiado ritmado,
molha o corpo,
brilha os olhos verdes.

de hoje

a falta de energia
estanca o dia,
e lá fora
a chuva chovendo
e o mundo girando girando.

12 julho 2007

12 de julho

hoje é o dia do engenheiro florestal
Ah tá.. nunca ouviu falar?
Não, nós não contruimos casa em árvores.
Não construimos móveis, não.
Prazer, sou uma desta espécie.

sul - nordeste

A noite estava fria, um frio do sul.
Mas ela tinha a boa companhia, companhia de um nordeste, que era já tão familiar e encantador a ela.

paçoca de sobremesa

e ela que era fissurada por paçocas, após pagar a conta do buteco, empunhada com exatos 50 centavos, perguntou pro moço do caixa.
-Quanto é a paçoca?
- 40 centavos
-Faz duas por cinquenta?
O moço com um sorriso largo de pronto fez a troca.
E ela saiu de mão cheia...

Ficava feliz com pequenas coisas, pequenos escambos, pequenas delícias, pequenos quadradinhos de paçocas.

09 julho 2007

das estações

Gostava do frio, mas com o passar do tempo começou a gostar mais do calor..
No fim gostava de todas as estações, apenas tinha preguiça de colocar tanta roupa.

das conjunturas

mas.. o mundo é pequeno pra caramba e nos linkamos novamente.
é.. o mundo muda muito, fica rodando..rodando.. e a gente em cima dele..
daí a gente acaba ficando zonzo e muda um pouco ou muito também, junto com o mundo.

- As vezes dá vontade de pedir para ele parar um pouco...


mas ele nao para de girar não.. e não tem jeito
os leites derramam.. e vai passando.. os carros transitam.. e não param...
só param porque tem um farol..que obriga.. e a multa.. claro
a multa.. que chega.. se os transeuntes não obedecem

Presente do amigo de sempre

e meu amigo de sempre, o homem upiano, esta semana me presenteou com uma dupla que preciso compartilhar com vocês.
Escutem a voz, que voz! Com vocês, com muita honra...
Tuck & Patti

Deliciem-se!!!

08 julho 2007

Desta tormenta

O pesadelo acabou, estou finalmente acordada dele, ainda meio que em frangalhos, afinal a dor vivida mesmo que em sonho é penosa. Muito desgastada, muito cansada.
Na hora que pensei que não mais suportaria, quando estava desistindo, porque não tinha mais forças, não mais forças tinha, vagarosamente fui sendo acordada.
O peito está ainda todo esbugalhado. A respiração sôfrega.
Temerosa por alguma outra tormenta. Um pouco amedrontada.
Pouco aliviada porque, no fim, por hoje acordei do pesadelo, mas sei que alguma hora adormecerei de novo.
Mas este agora, este agorinha, consigo sorrir de novo e consigo ver o verde das folhas, sentir o sopro do vento.
Ansiosa para que bons sonhos venham, sonhos de calma, sonhos da alma.

04 julho 2007

beijo grande?!?!

ah!!! mas e o moço que sente a minha falta, o que me mandou um beijo grande?!?!?
.. ele é.

onde está a sua beleza, minha viola

afinal pra uma moça bonita, tem que ter um moço bonito. num é não?
digo isso no sentido amplo da palavra, porque não adiante por fora ser bela viola e por dentro pão bolorento.
ho ho ho
o que vale é a beleza (ponto)
o que é beleza?
;)
viva a diversidade, porque eu, gosto do ...oops.
Como diz Tata, a minha ISO, cadê?
ISO pra quê?

03 julho 2007

outro moço bonito

não se incomode não
tenho muitas histórias com moços bonitos
sou cercada deles. vários tipos, idades, sabores e graus de parentesco.

aliás nunca pensei que o moço mais bonito da festa fosse dar prosa pra mim, e sim, ele deu toda a prosa. e o moço nem tão bonito que comigo na festa não quis nem prosear deve ter ficado morrendo de dor de cotovelo. E se não ficou também, xurumelas a esse não bonito.

porque esse tal moço que comigo proseou era bonito, bonito, muito bonito. no sentido literal e carnal da palavra por fora, por dentro acho que era um menino, pois de moço mesmo só tinha a barba. novinho de idade, mas cara de moço de barba e tudo na cara. e era o mais bonito, da festa toda.
e tenho dito.

* é acho que tenho revelado meu gosto apurado por homens com barba e cabelo desgrenhado. afinal pente pra quê?

a bala de banana


E um moço bonito me encantou com seu jeito meio avoado.
Seus cachos, sua barba, seu olhar.
Comprei uma bala de banana para o moço bonito. Só não sabia como entregaria a simples balinha embrulhada com palha de milho. Fiquei carregando a balinha pra cima e pra baixo. A timidez não permitia, o moço era muito bonito.
Bonito demais.
Até que num outro dia, digo um dia depois de ter comprado a balinha, singela e doce.
Esbarrei-me com o moço em um intervalo e justo ali papo vai papo vem.
Ouvi um elogio vindo dele à um doce de banana que estava sobre a mesa, não tive dúvidas, e de sopetão perguntei se ele havia comido a bala de banana das moças que vendiam ali em baixo. Ele respondeu que não, e eu.. ofereci a balinha.
Ele disse obrigado, chamou pelo meu nome.
E eu, que mal sabia que ele meu nome sabia, sai dali com minha missão cumprida.
Entreguei a bala ao moço bonito.

* a bala foi uma dessas que esta na foto.
** a foto do moço bonito, tenho vergonha de mostrar. :)

destes meus dias

o dia.. passa voando.. as horas.. escorregam pelos dedos
e assim passa-se o tempo
Just wanted to say: Beijo grande
Miss you

*** e ler essa pequena mensagem me fez sorrir.