31 outubro 2006

e na cinelândia, quando o domingo apesar de cinza ainda era azul

dona Eva, mulher gentil, cuidadosa.
Pessoas, gente.
Via-se pessoas.

O não conseguir escrever. Tamanha era a intensidde e as cores das coisas. O sol escondido não era motivo para acizentar as pessoas, humores, paisagens.
O verde continuava verde e o dia continuava bonito. As pessoas independentemente das distintas classes sociais e culturais trabalhavam e caminhavam em outro ritmo, um ritmo pertinente a um domingo na cidade maravilhosa.
As pombas odiosas circulavam pelos seus locais comuns, e apesar de odiar pombas, admitia que ali elas se pareciam até menos feias.
O tilintar dos talheres, o burbúrio de um grande almoço.
O som do grande prêmio de fórmula 1 na tv também compunham o cenário.
Mas arrematando esse momento, claro, o gosto do café, que permanecia delicioso na boca.

riscos de uma marina que é muito mais gloriosa

rabiscos..


e dos jardins o MAM, bela paisagem.
Belo sol.
O belo se contrapõe com a solitude.

30 outubro 2006

ciclos, biciclos, triciclos..

..e fico me forçando em esquecer de coisas que nem mais se lembram de mim.
Às vezes ainda me pego esquecida destas coisas, e então me lembro delas.
e o ciclo cicla

caos

fica então a eterna busca por botar ordem na vida.. botar a vida em ordem se isso for possível.. acho que vou viver toda a minha vida tentando descobrir isso.

de volta ao lar

bom estar de volta às ruas que tão bem conheço, ao sotaque familiar, ao cheiro de café.
Abrir a janela do quarto, jogar as coisas pelos cantos, espalhar as coisas nos lugares próprios a elas.
Usar o teclado conhecido.
Repensar as coisas, juntar o que sobra, ver o que se joga fora, o que fica?
tomar banho no meu chuveiro, ficar descalça pela minha casa.
Rever amigos. Rever o cotidiano.
Ouvir os pássaros que sempre insistem em cantar aqui no quintal, desse interior, do meu interior.

28 outubro 2006

o Rio de Janeiro continua, sim, muito muito muito lindo...

nao dá pra negar.. nao dá pra nao ver a beleza que fica estampada na sua cara..
terra já cantada por todos os poetas, onde até os nomes de rua rimam a poesia, linhas de onibus que se transformam em música.
As meninas todas cheias de graca que sim, andam pra lá e pra cá, cheias de samba e prosa.
A noite que cheira a festa, ruas que te enchem de vontade de simplesmente caminhar por elas.
este é apenas um compartilhar tímido.. e sorrateiro, que é feito em computadores alheios, sem acentos devidos ou pontuacoes, sem cedilhas, sem tils... sem revisao.
saudade da terra e dos amigos do lugar onde eu posso falar sem medo de ser notada pelo sotaque, e sim.. até da realidade dura e crua do diariamente. Nada como o poder espalhar a bagunca da mala, mas.. sim.. isso será logo.. enquanto isso eu aproveito, aproveito.
saravá, aquele abraco.

24 outubro 2006

e dos campos...

cry baby, cry.. como diria minha adorada janis..
bem.. o sol tá fazendo greve, tenho até que usar blusa de frio, se não é o frio natural é o detestável ar condicionado que persegue e congela a alma.
a alma. .hummm...
mas pra alegria dos goitas de plantão tenho hoje de grátis
quarteto em Cy.. e sim..elas continuam lindas e magníficas.. já vi um na passagem de som..
ho ho ho
escrevendo muito.. muito.. mas pouca net..
beijo

19 outubro 2006

e enquanto Frank Aguiar, Maluf e Clodovil são eleitos
o menino continua vendendo sua bala de goma no sinaleiro

e numa outra semana aí..

chegando à universidade, ouço a melodia alta no ar
e o meu sorriso invade o rosto e a alma
e não consigo evitar o cantarolar alto ao vento voando na bike.

compartilho com vcs a música que resultou neste meu, tão meu, sublime momento.
somente uma música, mais uma das minhas mais preferidas.

Por Ivan Lins...

Oh, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
Eh Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide.
Até a lua se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco, alegre ou triste
Oh, Madalena, Madalena, Madalena, Madalena
Oh Ma, oh Mada, oh Madale

18 outubro 2006

e já que gosto de cores.. muito

Todas as cores concordam no escuro. - Francis Bacon

17 outubro 2006

de hildas

Kalau: Nem parece que falamos da mesma mulher.
Celônio: Tu mesmo disseste que ela se parecia a uma coisa sagrada.
Kalau: Sagrada... sei lá. Uma coisa que dava medo de tocar.

Agda, de Hilda Hilst
Pela primeira vez, por opção, caminhei pela rua onde meu pai morreu..
e o pôr-do-sol é até bonito na Humberto Martins Zuppe
e o cigarro nem tão amargo, e a bebida nem tão intragável.

15 outubro 2006

pensamentos de um quase fim de domingo

calor, cansaço beirando à preguiça.
pilha de papel olhando pra mim.
tanto trabalho, tanta coisa, tantos desejos.
queria o barulho do mar, apreciando algum resto de pôr de sol.
é.. to beirando meu limite sem viagens.
mas viagem daquelas, sem trabalho embutido, daquelas sem ter que nada, daquelas que vc fica até dizer chega.
daquelas viagens em que não existe preocupação com nenhuma convenção.
ficar em um lugar novo, peregrinando até que as roupas sujas e o desejo da sua cama te leve de volta.
preciso de mato, mar e sol.
preciso do verde, azul, amarelo, branco, laranja, marrom...
preciso das cores.

14 outubro 2006

música jamais ouvida antes

Torrente de idéias.
Desenfreada a cabeça tenta juntar idéias, palavras, histórias,
Em um momento quase sublime.
A ausência de planos.
Momento onde se há oportunidade de nada.
Apenas viver o sol que bilha lá fora.
Ouvir uma nova música.
Tentar reconstruir, juntar as peças quebradas.
Formar um novo espelho a partir dos cacos quebrados.
Olhar o reflexo, e caminhar para algo do que seria entender quem é o reflexo.

...

E a ausência de planos, instantaneamente sorri.

sexta feira 13

O que dizer de uma sexta feira 13 que já quase acaba.
Graças!
Espero que acabe, porque hoje o dia não foi bolinho.
Delírios, delírios e delírios.
Quero sumir de mim mesma.

13 outubro 2006

e a despedida ... Candeia, interpretação Cartola.

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer, quero viver

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

a ainda relutando em dormir.

Sim.. tenho essa mania das crianças, reluto em ir dormir..
Lamentável esse meu comportamento, pois é muito bom dormir pra esquecer, apesar de muitas vezes os sonhos não deixarem.

Enfim..
escuto cartola, amo cartola do mais profundo lugar do meu ser, se é que sou tão profunda assim. sou alta e acho que minha altura toda deve servir pelo menos pra isso, pra ter algum lugar que possa ser chamado de profundo. Escolhi duas não tão pérolas assim. Meu estado de espírito muitas vezes é representado pelas músicas que escuto, então, amigos façam o brigadeiro, coloquem o pijama, e neste dia chuvoso se enfiem em algum canto aconchegante.
Compartilho com vcs.
Isto é, se existe o vcs...

Minha
Quem disse que ela foi minha
Se fosse seria a rainha
Que sempre vinha
Aos sonhos meus
...
Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó

Preste atenção querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés

da eterna espera.

Fico à espera.
Procuro entre letras de Cartolas e Adrianas, algo que clara e veramente possa falar coisas que sinto.
É sempre mais fácil. Parece que os poetas facilitam a vida da gente.
Fica então a nossa economia de ter que realizar este trabalho, juntando palavras, cavocando no fundo do estomâgo, nas entranhas para encontrar as frases certas, as vírgulas certas, os pontos certos. Assim, tentar mandar embora os fantasmas, os muitos pensamentos, as dores, neste quase exorcismo, que nunca cessa.
Vou dormir. O esperar vazio entristece.

e no dia das crianças.

Uma data no calendário. Amigos reunidos para celebrar a vida, o marasmo de um dia chuvoso. No ano passado estava quente, um calor que derretia. Amigos em volta da mesa, compartilhando o gosto pelo alimento, alegrias, acontecimentos, fatos, novidades.
Hoje, sem planos prévios, como que uma fatalidade, o momento se repete.
Diferente, com um ano de intervalo, uma quase reprise. Tantas coisas, tantas histórias, não cabe.
Os amigos e agregados, novos assuntos, novos momentos, ainda assim se juntavam, celebrando o marasmo de mais um dia das crianças. O dia que foi apropriado inocentemente por eles.

11 outubro 2006

e as flores continuavam a perfumar a casa, lembrando a moça de sua existência, quase invasora. Uma bem-aventurada invasão.

a encomenda

Ela havia se esquecido como era receber flores. Havia se esquecido do perfume invadindo a casa, relembrando e afirmando que as flores eram pra ela. Somente pra ela.
Flores enviadas com direito a cartão, anônimo, mas que revelava-se por si só.
Não era um acontecimento comum, ela nem mais se lembrava, nem mais sabia do cheiro e das cores das flores.
Ela gostou.

10 outubro 2006

"Se meu desejo coubesse num poema,
Escreveria numa folha branca
E faria um barco de papel"
Navegação, Miriam Cris

e de um filme..

um minúsculo diálogo em um filme. Um diálogo que fugia do tema central, ou será que iria direto ao alvo?
bem.. foi a parte que mais gostei.

A personagem principal vagando perdido por um lugar, fugido, senta-se em uma praça para ouvir um músico, que estava feliz, solitariamente tocando seu instrumento. O músico irritado com a "platéia" indesejada indaga:
- o que está esperando? saiba que a maré e o tempo nunca esperam.

de.. Der Philosoph

e dos muitos pensamentos que gostaria e quero compartilhar...

O ritmo diário tem sido fatal, ando ultimamente com um bloquinho, o qual vive ávido por receber idéias, frases, pensamentos, cores .. tudo que penso em dizer .. em exorcisar.. em eternizar.
Neste ritmo alucinado, sob ainda a influência das altas e baixas hormonais, minha cabeça por aí voa, desesperada por gritar, por contar, por exorcisar.
Memórias acumuladas que serão, espero, logo logo compartilhadas..
Logo, vem o ócio, o feriado.. e aí.. meus queridos.. sentem.. por que vem.
Choros, risos, melodias, sonetos, esbravejos, bobagens.. previsões de Zirila, que em sua mais formatada (.. ou será desformatada?) forma grita ao mundo!

07 outubro 2006

quero por minha mula na sombra

e o direito de um lugar de sombra à bike, porque todos merecem um lugar à sombra! Inclue-se nisto as bikes.

sobre a espera

Palavras..palavras.. palavras.. estou cansada delas..
Espera-se ansiosamente pelo silêncio mandatório, quando as palavras não mais são necessárias.
Desespero pela presença silenciosa, quando o olhar já diz o que é pra ser dito.
Quando nem se precisa dizer nada.. nem com o olhar.
Apenas o estar quieto, o estar quente, o estar junto.

06 outubro 2006

e pós show.. ERRATA

Ai ai ai ai ai
uerê rê rê
dum bi doonn doonn doonn doonn
uerê rê rê
dum bi donnn doonn doonn doonn
dere re re dum bi doonn..

04 outubro 2006

e sobre o lugar que estarei amanhã


Da ra da da
Da ra da da
da ra da da
Da ra dara daradara
Da ra raaaa
Da ra ra ra da raaaaa aaaaa
da dararara darara
dararara. Da RA RA RA RA DA RA Raaaa

das pautas e compassos

Os problemas em aceitar o ócio.
Perdeu-se a prática do nada.
O meditar vazio.
Os intervalos breves.
A necessidade de se fazer preencher a pausa com melodias ainda não tocadas.
Esqueceu-se de quando sabia fazer o nada de forma tão pertinente, tão intensa.
Quando ainda não se sentia a necessidade de transpor para a pauta os sons dos passarinhos, das folhas, das cigarras.
Não se remia as notas com exatidão em compassos.
As melodias não se prendiam ao papel.
Não se preocupava com as mínimas, semibreves ou colcheias.
Só se ouvia e devaneava.