30 agosto 2006

e dos porquês de escrever..

Escrevo-te porque me dá vontade, porque tens um belo sorriso, porque me inspiras a alegria e a coisa boa.
Nao entendo não ter tuas respostas.. mas não posso ou quero me importar. Por isto não me entristeço, ou me calo, não me retiro, nao desisto.
Escrevo-te porque te escrevo.
Independente de até quando o farei, independente de vir resposta ou não, do que pensas ou não.
Independente de te encontrar ou te ver alguma vez mais.
Não me preocupo com isso.
Não peço nada. Nem espero nada.
Apenas fico feliz de te lembrar que existo e que gosto do seu sorriso e te contar o que ele representa para mim.
Fico feliz de ver que você existe..
e me conformo com a realidade de que talvez eu não precise existir na sua vida, para existir na sua vida.

ah e o medo ..o medo de acreditar apenas nisto

Você não pode.. não está podendo.
Não deve, não têm o direito.
Os sonhos se esvaem.. a realidade toma conta.
Esqueça. Você não pode, não tem o direito. Baste-se a isso.
Não sonhe, não tenha esperança, viva apenas o seu dia a dia, pague as contas, cumpra seu trabalho.
Não sonhe. Não tem futuro, não há esperança.
Não faça mais dívidas, não tente encontrar a felicidade, encontrar outra realidade.
Não se esforce. Não tente esquecer, não ouse lembrar, não beba pra esquecer.
Não fuja da dor. Sinta-a absorva-a, faça dela a prova de sua existência.
Apenas faça tudo certo. Não erre. Você não tem tempo, nem o direito de errar. Sua existência é muito curta.
Faça o seu trabalho, cumpra a tua rotina, faça a sua parte.
Deixe passar os dias, envelheça. Não se corrompa pela luxúria, pelos desejos.
Não.
Não ouse, vc nao tem o direito. Não invente, não tente.
Pague suas contas, pague sua penitência. Não sonhe, não busque a felicidade.
Não acredite que ela exista. Viva apenas. Pague o seu preço.
Entre no metrô, pegue sua condução, bata o seu cartão, cumpra o seu dever, não ouse sorrir, não ouse sonhar. Pegue sua condução de volta para casa, para a sua caverna. Coma sua comida, tome seu banho. Não sinta tesão. Dou-te o direito a uma masturbação mecânica, apenas com a finalidade de liberar fluídos acumulados. Não olhe o diferente, ser diferente. Não ouse sonhar, não ouse desejar, não ouse querer sentir um calor de outrem. Não sorria para estranhos, não ouse trocar palavras com estranhos. Você não precisa de amigo, não existem amigos.
Durma, tome seu café preto e reinicie o seu dia. Mas no caminho não ouse olhar para a borboleta do caminho e desejar algo diferente.
Cumpra sua função.
Seu fim. Nada mais.

mulherices..

Calça ou vestido? Sofrimentos por compulsões, por solidão, pela roupa que não cabe, pela TPM que se anuncia, esforço para perder os quilos. Uma blusa da vitrine que é a sua cara. Relações com a mãe, relações com os filhos. O prazer e do chocolate em dias de fúria. A culpa pelo chocolate em dias de fúria. Descobrir-se mocinha, quando começa a aproveitar a meninice e então se tornar mulher enquanto ainda se é jovem. Envelhecer e amadurecer. Entender os ciclos que se repetem. Sentir-se frágil e forte, entender e aceitar suas limitações, rir e admirar a beleza da juventude e a beleza madura. O telefonema e o não telefonema. O que fazer para o jantar? Conselhos sentimentais, discussões de relação, uma receita nova e infalível. O fazer das unhas, a lua que muda, a tintura que acaba. A carne que passou do ponto. Terapia, válvulas de escape, descarrilhos.
Preocupações com o lavar da louça acumulada na pia, refeições da prole e do marido. Relatórios a serem entregues, a reunião no dia seguinte logo pela manhã.
A empregada que faltou, o atraso para a ginástica, atraso na ginástica. Uma ruga que desponta, o corpo que se transforma.
Transformações do corpo, da mente. Dar luz à vida, achar a luz da vida. A falta de libido, o excesso de libido. O eterno esforço de tentar entender o outro, entender a si mesma, tentar entender a vida. Complexidades, futilidades, simplicidades, detalhes de cotidianos.

pérola de lizz..

Wake Up, Little Sparrow

Wake up, wake up
Little sparrow
Don't make your home
Out in the snow

Little bird,
Don't you know
Your friends flew south
Many months ago

You´re just a babe
You cannot fly
Your wings won't spread
Up against the sky

Wake up, wake up
Little sparrow
Don't make your home
Out in the snow

28 agosto 2006

e quando crianças cantávamos essa ciranda..o que será que esperam dos adultos?

Ciranda, Cirandinha
Vamos todos cirandar

Vamos dar a meia volta
Meia volta vamos dar
Vamos dar a volta inteira
Cavalheiro troca o par

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou

e porque gosto de rita lee.. continuando minha saga musical

No espelho não é eu, sou mim.
Não conheço mim, mas sei quem é eu, sei sim.
Eu é cara-metade, mim sou inteira.
Quando mim nasceu, eu chorou, chorou.
Eu e mim se dividem numa só certeza.
Alguém dentro de mim é mais eu do que eu mesma.

Eu amo mim
Mim ama eu
R. Lee
Nem preciso falar que desci no inferno astral.. desci para o meu caos pessoal, minha melacolia. Navegando na minha própria baba, pastando no meu próprio complexo. Na minha eterna neurose.. Escrevo para ver se passa. Espero que funcione.. essa minha blogterapia. Coloco minhas características astrais tentando achar alguma justificativa e algum alento.
Que bonitinho.. até rima.
Já animei meu humor letrando minha nuvem negra.

e sobre aquarianos

Aquarianos, em geral, sofrem de altos e baixos de voltagem nervosa. Como sua cabeça vai longe e rápido, estão sujeitos a alterações bruscas de ritmo psiquíco. Ciclotímicos, eles passam abruptamente a uma rabugice infernal. Estas mudanças inexplicáveis de humor são normalmente seguidas de surtos de neurastenia, quando os aquarianos têm ímpetos de apontar um rifle para a janela do vizinho ou afogar na banheira o telefone que não pára de tocar.

Crises como estas são de fácil solução, e para isto basta recorrer ao arsenal psico-tecnológico high-tech: terapia por computador, biodança e alguns artigos importados como a dream-machine - as incríveis tiaras eletrônicas de ondas alfa que, uma vez presas à cabeça do aquariano, transmitem feixes relaxantes. São também muito úteis os recém-inventados óculos escuros plugados a um walkman com sons new-age, os quais, uma vez assentados sobre o nariz aquariano, emitirão ondas de harmonia e paz interior. Não adianta recomendar uma antiquada técnica de relaxamento zen se ela não vier acompanhada do kit eletrônico apropriado: a terapia para o homem do futuro tem que contar com o auxílio de engenhocas futuristas.

A psicanálise virtual pode ser uma boa pedida, também: o paciente aquariano simula no vídeo a realidade virtual de um consultório, um divã, e um psicanalista, e, depois de 50 minutos de silêncio contrito, desliga a aparelhagem, suspira fundo, e dá graças a Deus por tudo aquilo não ter passado de mera projeção de imagens.

Textos de Marília Pacheco Fiorillo e Marylou Simonsen, publicados no livro Use e Abuse do seu Signo, editado pela LP&M.
-can you love me?
-yes
-please? would you?
-yes. beijo
-thanks

Indiferença.

E o que é a indiferença? Um tema um tanto quanto extenso e rico em suas diferentes formas de demonstração, de conjugação. A sua indiferença pelas coisas alheias, pelas coisas do mundo que não lhe diz respeito. A indiferença emitida pelo o objeto de desejo em questão ao ser receptor da indiferença. Um desprendimento sem medida, que liberta qualquer conexão entre dois objetos, que não se alteram ou interferem, que não se relacionam. Insensibilidade que não se faz sentir, que não se sente, que não se toca. Frieza que penetra e corta, que esmorece qualquer possibilidade de aquecimento, gelo perpétuo e consistente. Apatia e inconsciência mórbida.
Odeio.
- Livia! Minha mae precisa q o hominho va la em casa!!! Vc pode dar o recado pra ele, please??????
- tá.. se eu encontrar o hominho.. ele tá meio arisco.. quando vem nem faz barulho.. entra quietinho..sai quietinho

de Drummond.

Meu corpo não é meu corpo,
é ilusão de outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
e é de tal modo sagaz
que a mim de mim ele oculta.

Meu corpo, não meu agente,
meu envelope selado,
meu revólver de assustar,
tornou-se carcereiro,
me sabe mais que me sei.

Meu corpo apaga a lembrança
que eu tinha de minha mente.
Inocula-me seu patos,
me ataca, fere e condena
por crimes não cometidos.

O seu ardil mais diabólico
está em fazer-se doente.
Joga-me o peso dos males
que ele tece a cada instante
e me passa em revulsão.

Meu corpo inventou a dor
a fim de torná-la interna,
integrante do meu Id,
ofuscadora da luz
que aí tentava espalhar-se.

Outras vezes se diverte
sem que eu saiba ou que deseje,
e nesse prazer maligno,
que suas células impregna,
do meu mutismo escarnece.

Meu corpo ordena que eu saia
em busca do que não quero,
e me nega, ao se afirmar
como senhor do meu Eu
convertido em cão servil.

Meu prazer mais refinado,
não sou eu quem vai senti-lo.
É ele, por mim, rapace,
e dá mastigados restos
à minha fome absoluta.

Se tento dele afastar-me,
por abstração ignorá-lo,
volta a mim, com todo o peso
de sua carne poluída,
seu tédio, seu desconforto.

Quero romper com meu corpo,
quero enfrentá-lo, acusá-lo,
por abolir minha essência,
mas ele sequer me escuta
e vai pelo rumo oposto.

Já premido por seu pulso
de inquebrantável rigor,
não sou mais quem dantes era:
com volúpia dirigida,
saio a bailar com meu corpo.

Liberdade - Fernando Pessoa

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

e de vanessas..

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.

e de clarices..

'Por uma fraçao de segundo a pessoa se via como um objeto a ser olhado, o que poderiam chamar de narcisismo mas, já influenciada por Ulisses, ela chamaria de: GOSTO DE SER. Encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah, então é verdade o que eu não imaginei: EU EXISTO." Clarice Lispector.

27 agosto 2006

rascunhos

Porque guardar tantos rascunhos?
...idéias ainda em estado bruto,
cartas não enviadas,
pedidos não feitos,
músicas não compartilhadas,
risos não lançados,
olhares cegos...
empregos não admitidos,
protocolos não validados,
fotos não vistas,
trabalhos não resolvidos,
equações não decifradas,
pérolas dentro de suas conchas,
e-mails não enviados,
textos não lidos,
escritos antigos,
histórias não reveladas,
estórias irrelevantes,
passados distantes,
futuros ainda misteriosos,
pares imperfeitos,
amores perfeitos.

dreaming wide awake




E eis que um cd que venho por engano, acaba de tocar fundo as melodias de uma noite de domingo...e cavoucando vou, me apaixonando, pela voz, melodias, batidas e pela artista. Apresento à vocês Lizz Wright que encantou essa noite de um domingo.

"Music lives in that place where anything can be picked up. It can become a different statement in someone else's hands than in my hands. The fact that it can be passed from hand to hand is something beautiful, almost spiritual. It means different things in different places, and I approached this record as if there is no history. I was just a voice, and I loved it." - Lizz Wright
A cana pode fazer milagres por uma pessoa.
Milagres para alguns, decadência para outros.
Mas nada como uma boa cana para ajudar a entender e a ouvir certas músicas.
Tudo toca a alma e fala ao coração.
Melodias que já tocaram mil vezes na vitrola da vida entram pelos ouvidos embriagando os pensamentos que voam longe e então nós tomamos posse da letra da música como se ela realmente pudesse neste momento exprimir tudo o que se passa na mente e coração. Como se fosse toda a verdade possível de existir e caber em nós.
Sim a cana muda a intensidade e profundidade das músicas que pertencem à nossa trilha sonora individual e coletiva.
O corpo levanta, e como em um ato de puro prazer pelo movimento, se movimenta, rodopia, sacode, dançando sem se importar com nada mais. E assim a satisfação e alegria tomam conta, conta do corpo, conta de tudo.

E porque a vida sem música não tem graça.. aí vai mais uma letra...

Há quanto tempo eu vinha me procurando
Quanto tempo faz , já nem lembro mais
Sempre correndo atrás de mim feito um louco
Tentando sair desse meu sufoco
Eu era tudo que eu podia querer
Era tão simples e eu custei prá aprender
Daqui prá frente nova vida eu terei
Sempre a meu lado bem feliz eu serei

Eu me amo
Não posso mais viver sem mim

Como foi bom eu ter aparecido
Nessa minha vida já um tanto sofrida
Já não sabia mais o que fazer
Prá eu gostar de mim , me aceitar assim
Eu que queria tanto ter alguém
Agora eu sei sem mim eu não sou ninguém
Longe de mim nada mais faz sentido
Prá toda vida eu quero estar comigo

Eu me amo
Não posso mais viver sem mim

Foi tão difícil prá eu me encontrar
É muito fácil um grande amor acabar , mas
Eu vou lutar por esse amor até o fim
Não vou mais deixar eu fugir de mim
Agora eu tenho uma razão pra viver
Agora eu posso até gostar de você
Completamente eu vou poder me entregar
É bem melhor você sabendo se amar


Eu me amo - Ultraje a rigor
Viva o trash, porque satisfaz!

26 agosto 2006

aproveitando o sábado

Sábado de sol, sábado de lavoro e também diversão.
Desce uma pinga aí, por favor. Vamos celebrar a vida.
Celebrar o início, celebrar o meio, celebrar o fim.
E já que hoje não quero falar muito...
já que as canções falam por mim..
Deixo que Moska diga por mim, por nós.
Um brinde!

A Seta e o Alvo - Paulinho Moska

Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

25 agosto 2006

butterfl – eyes

Encontros, desencontros e reencontros.
O silêncio respeitado, assimilado entre dois.
O olhar perdido, o olhar de menino, inocência já não mais revelada, ausente.
A certeza nunca esteve presente, inquietudes e o não entendimento das coisas que fazem parte da vida, que fazem parte de dois, dos dois.
Na infância o menino perguntaria empolgado: "Me diz o que você acha disso, o que você pensa sobre aquilo e daquilo outro? Me diz!"
A menina sem saber a resposta, sem ter resposta, não responderia. Apenas observaria e se encantaria com as coisas de menino.
Ele desapontado, no entanto, ficaria de mal com a menina e como que indignado diria a ela que sua meninice não o entenderia... (e não mais brincaria com a menina). Ela iria então para sua casa e, no caminho, se distrairia com uma borboleta transeunte. De volta para casa, encontraria uma borboleta pelo caminho... “Leve distração”...
A menina crescida não ousaria sentenciar as coisas do menino. Não. Ela não simplificaria sua essência em uma caixinha, botando-lha um rótulo, nem jamais acomodaria seus sonhos de menino em prateleiras. Não queria que a mágica empoeirasse na estante.
O menino grande diria incisivo para a menina: “pare de tentar entender a vida e vá vivê-la”.
Assim, então, os dois retomariam os afazeres rotineiros... em meio às contas que se acumulam ... e às tarefas não cumpridas, ao trabalho empilhado sobre a mesa e à poeira acumulada por entre as frestas, livros... e caixas nas prateleiras.
A menina crescida não soube onde foi parar o menino e tampouco como fazer para tirar a poeira que ofusca, ainda, o brilho de seu olhar.

23 agosto 2006

diferentes expressões de beleza dos corpos


As escarificações marcam riqueza, beleza, pertencimento a uma tribo... e coragem.
do livro Beleza do Século, Faux et alii, 2000.

o que é bonito - lenine

O que é bonito
É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...
Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...
Eu quero mais erosão
Menos granito
Namorar o zero e o não
Escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo o que acredito
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito
Que a gente vai, a gente vai
E fica a hora
Mas eu persigo o que falta
Não o que sobra
Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça

O que é bonito...

.. e ainda sobre a beleza...

"Dizem às vezes que a beleza é completamente superficial.
Talvez.
Menos superficial, em todo caso, do que o Pensamento.
Para mim, a Beleza é a maravilha das maravilhas.
Só os espíritos levianos não julgam pelas aparências.
O verdadeiro mistério do mundo é o visível, e não o invisível..."

Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray.

Take My Hand - dido

Touch my skin, and tell me what you're thinking.
Take my hand, and show me where we're going.
Lie down next to me,
look into my eyes,
and tell me -- oh tell me what you're seeing.

So sit on top of the world, and tell me how you're feeling.
What you feel is what I feel for you?
Take my hand, and if I'm lying to you,
I'll always be alone, if I'm lying to you.

See my eyes, they carry your reflection.
Watch my lips, and hear the words I'm telling you.
Give your trust to me
and look into my heart,
and show me -- show me what you're doing.

So sit on top of the world, and tell me how you're feeling.
What you feel is what I feel for you?
Take my hand, and if I'm lying to you,
I'll always be alone, if I'm lying to you

Take your time, if I'm lying to you.
I know you'll find that you believe me,
You believe me

Feel the sun on your face,
and tell me what you're thinking.
Catch the snow on your tongue
and show me how it tastes.

Take my hand, and if I'm lying to you,
I'll always be alone, if I'm lying to you.

Take your time, and if I'm lying to you,
I know you'll find that you believe me,
You believe me.

22 agosto 2006

método

Às vezes vem o sentimento de que estou atrasada. Atrasada para a minha própria vida.
Preciso correr, redescobrir o prejuízo, cortar fora as partes inúteis, ficar com o essencial, mas mesmo assim, estou atrasada.
Como se os marcos da vida, estivessem inalcansáveis. Os métodos, modelos existentes não cabem na minha forma, na minha fôrma.
Ouvi algo inédito. Que devemos criar nosso próprio método. Para atender nossas demandas, nosso meio.
Acho que sou criativa.

how baby came into this world?

"Daddy , how did I come into this world?"

"Well, my child, some day I'll have to tell you anyway. "

"So why not today? Please!"

"OK, but listen carefully. Mom and dad met each other in a cyber cafe.In the restrooms of that cyber cafe, dad connected to mom.Mom at that time made some downloads from dad's memory stick.When mom finished downloading we discovered we used no firewall.Since it was too late to cancel or delete, nine months later we ended upwith a virus! OK ?"

blackbird - besouros

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise.

antítese

É possível ser boa moça e ser puta?
Repetir pra ficar diferente.
Repetir pra ficar diferente.
Repetir pra ficar diferente.
Repetir pra ficar diferente.
Repetir pra ficar diferente.
frase de um curta

41 - DMB

Come and see
I swear by now I'm playing time against my troubles on
I'm coming slow but speeding...
Do you wish a dance and while I'm in the front
My play on time is won
But the difficulty is coming here...

I will go in this way
And find my own way out
I won't tell you to stay
But I am coming to much more...
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you now oh
What if they came down crushing
when I used to play for all of the loneliness that nobody
notices now
I'm begging slow I'm coming here...
I´m waiting I wanted to stay
I wanted to play I wanted to love you

I'm only this far
And only tomorrow leads my way

I'm coming waltzing back and pushing into your head
Please, I wouldn't pass you by
I wouldn't take any more than
What sort of man goes by?
I will bring water
Why won't you ever be glad?
It melts into wonder
I know im praying for you
Why won't you run in the rain and play?
Let tears splash all over you

protocolos

hoje passei grande parte do dia pensando em coisas que gostaria de escrever aqui.. assuntos que achei que valeria a pena pensar.. escrever.. discorrer.
No fim escolho em não escrever nada específico, nada do planejado.
Sempre planejo demais. Sempre quebro meus planos. Então pra não quebrar o protocolo. Quebro o protocolo.
Apesar de sempre me cobrar que não faço nada.. fiz muitas coisas. Sempre me cobro demais. Atendi ao funileiro, ..., fiz chá, andei de bicicleta por barão inteiro, comi cachorro quente, fui à dois bancos, fui à escola de inglês, fui ao encontro de folclores (aliás de onde brotam outras tantas milhares de idéias, viva a academia!), apreciei boa música, escrevi sobre o podre e o profano, entender o que se passa na alma.
Fui chamada para uma entrevista de trabalho, passei um frio da moléstia na bike, comi bolo de chocolate em prol do HC, conversei com a Paty, bebi cerveja com Carol, com ela redescobri e reinventei que sou normal, humana.
Assuntos da alma.

Apenas um dia ordinário de uma pessoa ordinária.

21 agosto 2006

ah e os amores?
os amores do passado, os amores resolvidos e os mal resolvidos.

ah e o silêncio?
o silêncio que bate fundo na alma, como o ecoar do barulho da gota de uma torneira pingando durante a noite em uma casa vazia.

a eterna busca e o eterno desencontro.

cadê os dias de sol e de muito trabalho para fazer esquecer?

blogterapia

Isabel says:
para com essas poesias!
Zirila says:
?
to escrevendo coisas..
e vou postar no blog
a única coisa útil para fazer com esse turbilhão de pensamentos que passam pela minha cabeça
blogterapria

20 agosto 2006

cannonball, damien rice - música bonita

there’s still a little bit of your taste in my mouth
there’s still a little bit of you laced with my doubt
it’s still a little hard to say what's going on

there’s still a little bit of your ghost your witness
there’s still a little bit of your face i haven't kissed
you step a little closer each day
that i can’t say what's going on

there’s still a little bit of your song in my ear
there’s still a little bit of your words i long to hear
you step a little closer to me
so close that i can't see what's going on

stones taught me to fly
love, it taught me to lie
life taught me to die
so it's not hard to fall
when you float like a cannon..
stones taught me to fly
love taught me to cry
so come on courage
teach me to be shy
'cause it's not hard to fall
and i don't wanna scare her
it's not hard to fall
and i don't wanna lose
it's not hard to grow
when you know that you just don't know

jenny saville

Meu poema por cazu

Estou perdidamente emaranhada
em seus fios de delícias e doçuras
já não encontro o começo da meada,
não sei nem mesmo
se há uma ponta de saída,
ou se a loucura
vai num ritmo crescente
até subjugar a minha vida
não importa.
Quero seus nós de seda
cada vez mais cegos e apertados
a me costurar nas malhas
e nos pêlos.
Enquanto você me amarra,
permanece atada
na própria trama
redonda do novelo.

tesão tensão

duas palavras muito próximas
que andam de mãos dadas até na língua portuguesa.

em tempos de guerra

Às voltas com meu pensamento
tento medir minha capacidade de me relacionar.
Relacionar-me me dá medo.
Não relacionar tb.
O forte é tão seguro.
não sei sair dele,
nao sei o caminho.
parece que não tenho a força necessária..
parece que qualquer esforço é vão
tenho medo
vontade de desistir de tudo
vontade de voltar a ser criança
é como se este movimento fosse atrofiado..
é como que se fosse cair no abismo.
Busco em letras de canções alguma resposta
busco em clarice e em drummond
eles não me revelam o segredo.
Dão me pistas do caminho
E percebo que tenho que percorrer meu próprio caminho
Nem os iluminado possuem resposta
Com o pão literalmente entalado dentro da garganta
Não digere ficando a sensação entalada.
Esqueci-me dentro deste forte.
Fui esquecida.

Não aguento a mim mesma
nao consigo carregar meus pensamentos
escrevo como tentativa de me livrar deles
eu comigo mesma..e não caibo em mim.

Minhas bombas.. na tentativa de minar a mim mesma.. e de me explodir.

Minha tentativa de espantar as pessoas..
minar minha volta.. minar em volta do forte
proteger contra intrusos invasores
nesta guerra que eu travo contra mim mesma.

Não quero mais essa guerra..
quero paz.. e assim.. talvez..morrer apática dentro do meu próprio
forte.. com minha própria poeira me causando a minha própria alergia.

conversa em mesa de bar

"Não basta nascer mulher, é preciso se constituir, se saber, se assumir mulher. A "mulheridade" não é sexo, é condição. A gente não nasce mulher, a gente se torna. "
Tâmara de Abreu, minha amiga e companheira de cana, em companhia da cana, em 19 de julho deste presente ano.

mãos




.. o que significa as mãos estarem indefinidas?... fica a pergunta.

La Demeure D'un Ciel par Camille

On s'est connu
En bas des marches
Du palais
Tout en bas de l'escalier de glace
Tes pieds dansaient
nus sur la neige
Et tu chantais cet air plein de malice et de grâce

Ôte maintenant
Tes souliers
Et chausse à ton pied
Quelques pelotes de nuées
Car ici désormais
Est la demeure d'un ciel
La demeure d'un ciel

On a monté
Toutes les marches
Du palais
Jusqu'en haut de l'escalier de glace
Un ingénu
Nous attendait
Et nous a mariés
Parmi les oiseaux sauvages

Ôte maintenant
Tes souliers
Et chausse à ton pied
Quelques pelotes de nuées
Car ici désormais
Est la demeure d'un ciel
La demeure d'un ciel

roupa suja

-O cesto está cheio de roupas pretas pra lavar.
Mas não vamos lavar roupas pretas hoje!
-Porque não vamos lavar roupas pretas hoje?
-Porque está cheio de fios.

???????

obsessão vício

às vezes... freqüentemente, comumente fico ouvindo uma mesma música, por horas à fio.. repetidamente, incasávelmente.. tentando talvez incorporar a melodia à minha alma, tentando me fundir, me tornar melodia.

o despertar pra uma realidade isolada

-Não entendi como aconteceu! Agora ficou bom, já não temos problemas pra resolver!
Isso não vai ficar barato!
-Bom dia...

desenfreada

Produção em massa.. despejo de pensamentos, acontecimentos, como se quisesse dar espaço, pra outras coisas, limpar a gaveta dos papéis, pensamentos velhos. Liberar, ficar mais leve. Gritar ao mundo, chamar atenção, contar minhas histórias. Ser alguém. Reciclar, sentir-me parte, ver uma produção, botar filhos no mundo. Sem saber a consequência de uma super-população.
Nada pessoal, palavras ao vento, palavras jogadas na rede.
Sem pensar nas causas ou efeitos.
Escrever. Exercitar.
Conjugar.

ode

Na verdade.. estou cercada de bons músicos, bons cantores. O que me leva a ser uma tiete de carteirinha, aproveitando o que há de melhor na noite campineira.
O fim de semana começa cedo, já em uma quinta feira a noite. Uma big band composta também por amigos, um amigo.
Sutilezas de sonoridades, escancaramento de sonoridades.
Brilho dos metais, encantamentos com a cozinha.
Arranjos dedicados.
Palmas e encantamento do público.

Já na continuação da programação "viva a tietagem" ou "sou tiete sim e daí?".
Sexta feira, tributos aos grandes nomes do Rock, recheado é claro de Janis.. por minha amiga e futura (quem sabe, quando me refizer dos percalços de uma sexta) professora.
Dancei, cantei, requebrei, ensandeci. Aproveitei.

frações de uma sexta-feira qualquer

Uma fração de segundos, um carro sem noção que para no meio da rua do além.
Uma fração de segundos, olhando o ponteiro da gasolina. Eu queria ter entrado no posto, segundos antes. Outros segundos antes eu queria ter entrado.
Freada segundos tardes demais.
Prejuízo de 1600,00 reais. O que não tem remédio, remediado está. Agora não são mais segundos, são dias, semanas. Meses tentando recompor a desordem financeira instalada. Até segunda ordem retornarei à minha vida de ciclista. Motoristas tenham piedade de nós.

Muitos projetos anteriores naufragaram, aqui inicia-se uma nova tentativa.
Um novo começo.. e a partir dos novos desafios já vejo o crescimento do ser humano. O ser humano em questão.. EU!
Afinal é o meu blog.. isso tudo é um tanto narcisista e egocentrista..
Que se vai fazer.. foda-se! Às patavinas com o que quer que seja..
Faz parte da vida.. afinal vemos o mundo, lemos o mundo a partir dos nossos olhos, do nosso ponto de vista. Felizmente ou infelizmente é assim.
Assim caminha a humanidade.