30 abril 2007

dos redemoinhos

O redemoinho é para desacomodar as coisas, arranjando o desarranjado, e desarranjando o arranjado.

José Oswaldo Guimarães

25 abril 2007

dos meus sapatos cheios de barro

Cheguei com muitas histórias no bolso, muitas palavras na cabeça.
Um tanto de barro nos sapatos e poeira na mala. Trouxe também mudas verdes de plantas que eu nunca tinha antes visto na cidade. Um outro tanto de planos, projetos e muito muito trabalho, porque ele ainda felizmente é abundante em minha vida, todo dia me afogo um pouquinho nele e é bom esse mergulho.

Muitas coisas foram vistas e pensadas, ainda fica na boca um gosto de amargor e tristeza, que margeia a revolta, mas calo este grito e continuo no trabalho de formiga.

A sobrevivência num campo onde a luta foi e continua sendo palavra que está enraizada neste solo, nestes rostos.
Trouxe comigo o anseio pela chuva e que com ela brote a esperança de uma colheita melhor para eles e para nós.
Na minha bagagem ainda por se desfazer trago o cansaço, mas a alegria de estar de volta ao meu cantinho meio urbano, meio meu.
Cheguei de volta.

Tenho que entrar neste outro compasso.. até a volta.

20 abril 2007

lições sobre a lembrança

Descobri que tem certas lembranças, falo das muito boas, só são boas porque assim o são, lembranças, memórias, páginas viradas. E bem-aventuradas são estas, assim, desta forma.
Daí você tenta sentir o gostinho de novo e descobre que o que já foi não é mais, muito menos há de ser. E daí nessa tentativa, consegue estragar esta lembrança que era muito boa, digo quase top de linha.
Ficou ruizinha e só piorou com o olhar das fotos.
Virou pesadelo, um pesadelo preso eternamente no passado, sem possibilidade de mudança num futuro, quiçá quase presente.
Mas tudo bem, já passou.
Só não sei se eu aprendi a lição.
Espero.

meu encontro com a moça das lentes azuis

Fui ver a moça que me vê através de lentes azuis, ela disse que essa minha ansiedade é algo normal no meu tempo, no meu estilo e ritmo de vida. Se fosse diferente aí sim seria algum denotador de problema.
Essa minha ansiedade, essa que me faz embirutar e querer engolir o mundo não tem nada de patológica, então eu acato arredia. Melhor assim pois de patologias já bastam as residentes.

E o mundo roda roda, gira gira.

E eu vestindo a saia rodada é algo bonito de se ver.

Olé!

18 abril 2007

do café que ficou pronto enquanto eu escrevia este post

Fui fazer um café logo ali no cômodo ao lado, um chamado cozinha.
Tomar um café é sempre bom pra tomar uma coragenzinha pra enfrentar a vida. Uma ótima bengala, que seja.
Mantenho e cultivo esse vício do bom aroma até que minha gastrite não reclame, e bebo com moderação ou com exagero, dependendo dos dias e da vontade.

Porque meus fios de Deus, eu poderia estar por aí matando, roubando, caída nas drogas, mas me contenho com minhas zirilações e uma boa xícara de café.

Assim mantenho, tento, a minha sanidade mental. ho ho (que bonito isso)
Tá tá.. não só isso pois o verbo zirilar contém muitas coisas, contém tudo, contém eu. E foi presente, só meu. Pois não conheço nenhuma outra zirila por aí.
A ignorância é uma bençã.

desafio do dia, de todos os dias

Deixa eu ir ali no outro lado da cidade tentar salvar o mundo.

Sempre disfarço dizendo que tento salvar o mundo, na verdade quero me salvar, e no caso de nessa "grande missão" falhar, tenho uma boa desculpa pois não é qualquer um que se habilita a salvar o mundo. Nem que seja o seu próprio mundo.
Talvez seja até mais difícil. Vou descobrir, deixa eu ir ali. Será? Fica o desafio coberto de incertezas.

E assim os dias passam turbulentos e coloridos, porque sempre são coloridos e turbulentos. Os meus são assim. Sempre, de um tanto que quando calmos desconfio.

fase ina

acho que eu é que estou com baixas de endorfinas, serotoninas .. todas as inas.
quero sair voando por aí, dormir até doer o corpo e ficar na doce inconsciência por algumas horinhas.
será que dá?

17 abril 2007

uma pancada, alguns arranhões

e as dúvidas e incertezas de um futuro junto habitaram o cenário.
Veio então o medo e a tristeza. O buraco ansioso dentro do estrombio empurrava lágrimas que já não mais caiam.
Alguns pequenos planos e sonhos cuidadosamente cultivados, filhos únicos, deram de cara com um poste.
Os primeiros socorros ainda não chegaram, a pancada dilacerou um pouco o músculo cardíaco que bate descompassado. Os danos estão ainda sob observação e uma reavaliação do paciente será realizado no próximo turno. Não se sabe ainda se o trauma será irreversível.

ps. Acho que eu li muito aquele manual sobre direção defensiva e primeiros socorros.

de dona de casa à motorista de segunda viagem

e daí que nesse meu caótico mundo e nestes dias, hoje fui fazer a tal prova pra provar que sou capaz, ainda por incrível que pareça, de dirigir os tais veículos automotores.

Acordei cedo e comecei a ler o tal livrinho que ganhei da moça do Poupa Tempo que foi com a minha cara e me facilitou a vida. Claro que no meio disso lavei a louça, paguei contas, abri a porta pro homem da luz, escolhi feijão, cozinhei feijão, fiz pão, assei pão, uma verdadeira dona de casa.
E, de certa forma, fui criada para tal, lembro-me claramente de minha mãe me ensinando a como limpar bem vidros (e eu era muito boa nisso), lavar banheiro (eu sempre adorei e ainda gosto do tal serviço) e por aí vai.

Fiz a prova, acho que fui bem, fiquei em dúvida apenas em duas questões, admito. Logo após o término da prova fiz questão de tirar dúvidas com o fiscal presente, o qual após um titubear me respondeu, mas não me convenceu. Foi engraçado ficar em uma sala cheia de marmanjos. Pediram-me cola.. e eu facilitei a posição estratégicamente da minha prova para o bem geral da nação.

Acho que fui bem, espero ter cumprido o meu próposito.
Semana que vem saberei do resultado.
Prometo contar pra vocês, com a esperança de ter notícias felizes para mim e infelizes para todo o resto do trânsito mundial. ho ho ho . Será mesmo?

13 abril 2007

el gato preto

A única coisa que marcou ludicamente a minha sexta-feira 13 foi um gato preto atravessando meu caminho, porque de fantasma, meus caros, não tenho medo não, muito menos de gato preto, mesmo que seja em uma sexta 13.
Brindemos ao que fica, o que é e está, porque o que foi, não é mais.

o riso e a brisa

Um fim de tarde em meio a tanta coisa, após um dia de agenda cheia, mesmo que o dia não tenha terminado, tem uma brisa fresca batendo no meu rosto e mexendo com as folhas das árvores. Gosto deste barulho de folhas, gosto de fins de tarde, gosto ainda mais de uma sexta-feira.

Engraçado o fato de ser hoje uma sexta-feira 13, que por enquanto, e que permaneça assim, não mostrou muito de seu lado sombrio e que não mostre.
De sombrias já bastam tantos acidentes de percurso, as lágrimas derramadas, ou os contratempos próprios da vida.

Foi um dia cheio (porque dias de labuta são geralmente cheios), é e será ainda, mas fica apenas uma alegria contida brindada por essa brisa que insiste em brincar com os cachos dos meus cabelos.

Peço licença, acho que vou ali ver o fim do dia e andar com a brisa.
É só essa felicidade que não mais se contém que precisa passear um pouco.

12 abril 2007

No we're never gonna survive, unless...we get a little crazy

os dias sedentários estão para acabar

Nestes dois últimos dias visitei todas as academias de Barão.
... porque diga aí, é uma delícia ser tratada como uma princesa, ver planos e possibilidades, ver toda a agenda de aulas oferecidas, brincar de escolher preços e planos.
Enquanto isso, neste exercício de escolha, apenas fico vendo os outros se acabarem de exercícios.

Você do alto de seu salto e roupa de veraneio em uma academia, se limita a sonhar e/ou planejar um futuro de corpo sarado e sonhar sobre o quanto você realmente vai se dedicar ao suadouro matinal, vespertino e noturno, todos os dias, todas as semanas, durante todo o um ano de plano de adesão que, é claro, você comprará por ter mais descontos e inclusos dias de férias.
Sim, porque se vc compra planos de "alta fidelidade" você tem direito a até 60 dias de sedentarismo sem culpa.

Eu ainda não escolhi, fico apenas me auto-desafiando a andar ou quem sabe pretenciosamente correr todas as manhãs no campinho da quadra de baixo da minha casa, nem que seja apenas por um mês, antes de comprar o passaporte mágico do corpo sarado e vida sem culpa.
Comprei até um tênis para esse grande feito na minha vida. Pergunte-me quantas vezes fui..
recuso-me a responder.

Mas amanhã.. amanhã cedo tenho outra chance de mudar meu destino, e começo. ho ho ho
Nem eu mesma tenho mais crédito comigo mesma, principalmente.

Será que algum dia descobrirei se Giozin tem razão sobre a endorfina?

10 abril 2007

o assassinato da taruíra

abrindo a porta da cozinha pisei e esmaguei a taruíra.
senti o crec, olhei o chão e a vi agonizante rodopiando pela lajota.
partes vicerais destroçadas foram lançadas, meio que pinduradas pra fora do torso (se assim se pode chamar) da bichinha.
Ela parou. aquietou-se eternamente.
houve sangue. nunca imaginei que taruíras, vulgo lagartixas, tivessem sangue.

um pavor escancarado subiu pelo estômago.. e.. argh..
em meio a gemidos quase inexpressíveis (gostei dessa, só não gostei de ter que vocaliza-los, afe eu to precisando de uma cama, tá phoda isso aqui, mas vai.. mais um pouquinho de paciência de vocês leitores, se há? sei que tem uns persistentes, mas tenham esperança)
lancei o que restou, os destroços para fora.
e fui lavar meu pé.. muito bem lavado. aliás tomei todo um banho novo.

matei a taruíra, esmaguei.

ps. sim, eu estava descalça, não sei o que foi mais nojento.

meu caos meu eu. eu

porque então, meus caros, eu fico passeando pelos papéis desordenados que se acumulam em minha área quase plana de trabalho, e me confundo, me perco, saio do ritmo.
daí.. , vou para a caixa de emails e quase tenho vontade de chorar. tento apagar, organizar, quiçá responder. não dá.
Faço listas infinitas em papéis com tinta azul, vermelho, preta e lápis grafite.
risco, rabisco, rascunho, passo a limpo.
arquiteto engenhosamente planos mirabolantes de ação eficaz e/ou eficiente.

Não consigo, não consigo.
meu pseudo-mundo está do jeito que gosta, em equilíbrio, o dele.
e eu, agoniada e alvoroçada, meu desequilíbrio, meu caos, meu eu. eu.

e assim continuo na minha labuta contra mim mesma, a perseguição infinda de sair desse estado latente equilibrado que tanto rejeito.

ui, desisto dessa pilha por hoje. ao menos hoje.
fico apenas com a pilha de idéias que me excitam o cérebro e me fazem escrever, ver, er.

-Próximo!!

09 abril 2007

sitting next to you

e ficaram naquele namoro só
saudades apertadas, quase esganiçadas dentro do peito
sonhos e planos de um futuro todo incerto, mas possível
apenas sentados um ao lado do outro
a companhia, regada a vinho tinto e beijos.
e tudo o que advém de uma saudade que jazia e fermentava por toda uma vida.

E em seu português raro dizia, mandando às favas a regência ou concordâncias
Meu amor, boa noite, dorme bem.

Quem é essa agora?

que dentro de mim me assusta e me atrai
sorrateira ela sou eu,
ou alguma sombra
que me segue como bicho,
rastejando nos calcanhares da minha alma
lá está, lá está,
sabe tudo,
faz tudo,
eu sou apenas uma ferramenta
garganta pela qual
ela chama, chama, chama

Lya luft

...

Eu sei que atrás deste universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada. Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir, e dela não me conformo. Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora. Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas, minha vida. Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas. Amo teu jogo triste. As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo. Eu amo a tua alegria. Mesmo fora de si, eu te amo pela tua essência. Até pelo que você podia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco. Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando sozinha, bordo mais uma toalha de fim de semana. Eu te amo pelas crianças e futuras rugas. Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis. Amo teu sistema de vida e morte. Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual. Eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras. Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa. Eu te amo de alma para alma e mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defendo, quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis, quando o próprio amor vacila.

Maria Bethânia recita em sua gravação no cd Maricotinha

de quem é esse texto?

imagens de uma noite muito maneira



o começo do fim da noite, a sempre presente molha goela.


Seguido de caldinho de Sururu.. hummm....


E no fim de tudo, no fim de tudo. Uma caixa de música pra lá de especial, que foi centro das atenções e comandante dos passos que deslizavam pelo salão do Beto.
E depois de ter acabado a cerveja,
que não estava muito católica,
quase morna, fomos pra casa.

a visitante




entre as vindas e idas, passeios descompromissados e comilanças.

fez-se assim o dia.

a continuação da história

ah! porque o começo foi bom, mas o depois foi melhor ainda.
O final.. humm.. não teve final.
Uma história ainda sem final previsto.
quase sem fim, oxalá.

o início

Pense um uma viagem a um lugar que você gosta muito.
Chegando lá tem como recepção de chegada um belo e querido sorriso.
Depois muitos outros sorrisos e abraços. Flashes, holofotes.
Papo bom. Uma grande festa.
E teve a dança, bebidas e comidas que nutrem a alma e o sorriso.
Abraços, boa companhia, vista pro mar e as estrelas.

Isso foi só o começo.

08 abril 2007

surpresas

porque quando achamos que de um mato não sai mais nem lebre ou vida, sopra o vento e então tudo muda, do tal mato sai um leão, sai um trapezista, sai o circo todo.
Uma alegre folia colorida esfuziante.

A música canta e o sorriso se espalha pela multidão.
Não há nada que confunda o brilho ou amargue o gosto.
Não há.
E então percebe-se que todas as dores e securas do tempo, apesar dos pesares amargos e doloridos, valem a pena, o suor, a lágrima.

A bailarina dança, a vida sorri.

05 abril 2007

cinco de abril

No dia do aniversário do homem que me ensinou a ser um pouco do muito que eu sou, o homem que me deu o formato dos meus dedos nos pés, o tempo fica nublado, o sol não brilhou de saudade. As lágrimas não caem do céu, fica apenas esse ar pesado e a vontade de chover.

O som do barulho do martelo intermitente, dos carros, de serras.
Pelo quadrado da janela vê-se a serra e prédios abandonados.
Fica apenas essa ressaca, o mormaço e o quente de dentro da gente.

Vou ali
no quarto ao lado me despedir.

02 abril 2007

qualificada


Deixa eu ir ali no bar bebemorar porque agora sou uma pessoa QUALIFICADA!

Fui aprovada..

Agora vamos ao bar.. e à vida, que continua feroz!

romantismo súbito

É que estou meio musical, um pouco apaixonada e muito ferrada.
Mas encontrei esta música, consegui me sentir fazendo algo romântico, ou quase.
Precisava apenas ter coragem de mandar para o bem amado (evidentemente algo que ainda não fiz, acho que vou é mostrar para a minha banca examinadora, hoje.. logo.. em breve, acho que eles vão curtir).
O profundo stress e turbulências podem, sim, fazer com que as pessoas evoluam romanticamente e acadêmicamente, ao menos tentem. Viva a resiliência do ser humano, de Zirila!
Tive meus dias azuis, agora tenho os meus dias de espera rosa incontida.
Com vocês, a voz de fundo, da minha noite, enquanto me preparo para a qua-TUM-li-TUM-fi-TUM-ca-TUM-ção-TUM-TUM-TUM!



Bem romântico, não acham?
Gostei

** Ah.. a bela moça cantante chama-se Lizz Wright, música Eternity...

01 abril 2007

e no dia da mentira um bom conselho

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

Chico B.

momentos felizes antes do enforcamento

Enquanto deveria estar lendo coisas do presente, perdi-me deliciosamente neste fim de noite de sábado, em coisas do passado de Gio.

Arrematando ainda este momento com Paulinho da Viola em um sambinha da moléstia.

Ame
Seja como for
Sem medo de sofrer
Pintou desilusão
Não tenha medo não
O tempo poderá lhe dizer
Que tudo
Traz alguma dor
E o bem de revelar
Que tal felicidade
Sempre tão fugaz
A gente tem que conquistar

Por que se negar?
Com tanto querer?
Por que não se dar
Por quê?
Por que recusar
A luz em você
Deixar pra depois
Chorar... pra quê?


Diga aí.. dupla dinâmica das melhores para dar aquele despejo a qualquer tristeza inquilina.
Amanhã ... eu me acabo e me esfarelo toda suando meu próprio sangue e desespero. Qualificação.. Qualificação.. Qualificação.. Qualificação.