29 dezembro 2006

o sanduíche

Resolvi lutar contra mim mesma
porque desse jeito nao chego ao fim do ano,
que aliás insiste em demorar a chegar.
Minha primeira atitude foi fazer um sanduíche
de queijo, com porções de maionese e catchup avantajadas,
como amo essa combinação.
acho que essa primeira resolução não foi muito bem o retrato mais perfeito de uma prossível luta contra mim mesma, mas sim um afogamento nos prazeres palatáveis.
Bom.. vou sair dessa inércia. Quero a panacéia!
prenda-me nos teus braços é o que lhe peço..(vercilo & carolina)
antes que eu me perca mais do que já me perdi,
que eu estraga tudo,antes que eu vá embora,
antes que eu me exploda junto com os fogos deste fim de ano
que não chega nunca, que nunca acaba
quem sabe assim aliviar essa agonia
que fica presa na garganta e no peito
eu chorei. não foi alegoria.
o choro nem sempre tem a mesma lágrima
o mesmo soluço.

enjoy the silence - depeche mode

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Cant you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence

28 dezembro 2006

aos que observam e vigiam o tempo todo. todo dia, tantas vezes, tantos meses.

Veja que sou livre, eu vôo. Perco-me entre vôos curtos, longos, tortuosos, cíclicos, não tenho métrica, não tenho padrão, apesar de muitas vezes previsível. Às vezes me acho, e quando o faço, gosto muito do que vejo, quase não reconheço quando me olho no espelho.

Mas não se engane.. não se engane, não.

Muitas vezes não me vejo, meus olhos se desviam pelas ruas, pelas figuras. Meu olho me engana ou me engano com meu olhar quase todo tempo. Sou invisível. Misturo-me nas grandes massas, massas atmosféricas, massas italianas.

Deixe-me assim. Não ameaço e não gosto de ameaças. Não gosto de invasões, nem bárbaras, nem amenas, apenas as consentidas.

Honestamente tenho uma tendência à preguiça e à vagabundagem. Apesar de também ter uma tendência ao trabalho compulsivo, desmedido. Às vezes, coisa esporádica e temporal, admito. Extremos, antagônicos.

Não tente entender. Eu não entendo e já desisti. Apenas vejo, admiro, me regozijo com o belo. Digo, o que é belo ao meu modo, ao meu gosto.

Não gosto de encrenca, tenho poucos inimigos e se os tenho, honestamente, deles não quero obter notícia, muito menos saber da existência. Não me incomodo com eles. Eles que me odeiem dentro de suas cápsulas. Benditas sejam as cápsulas protetoras como diriam já os gafanhotos. Viva os gafanhotos!

Por isso.. por isso não se engane.

Sou mais ingênua do que deveria e menos do que gostaria. Ou o contrário, ache o que quiser. Se eu quiser posso ser puta ou santa. Gosto dos destilados, preferencialmente pinga.

Não falo todas as línguas que gostaria e deveria, não sei os nomes de letras de canções, nomes de ruas e nomes de compositores. Um dia, talvez, com aquela risada debochada, chego à perfeição, à minha imperfeição.

Sou de alto nível, além de alta, mas quando e se quero posso ser péssima, o que acontece freqüentemente. O mal muito bom dos aquarianos e de zirilas, caminhar de calças arriadas para o julgamento acusador e matador alheio. Minhas pitadas de tosquice.

Sou autodivertida. Dou risada de mim mesma. Amo surpresas, cumpro as promessas. Sou falha. Na maioria das vezes, para a minha alegria, me surpreendo, sempre.

Sou assim, uma tendência viciada a ter um sorriso estampado no rosto.
Ah...os sorrisos. Esses alegram a alma e sozinhos aquecem um coração.

rascunho

e o rascunho das idéias e palavras que há muito estavam acumuladas na mesa foram esquecidas no meio de um livro, dentro de uma escola que estava de luzes apagadas e portas trancadas, vazia.
Apenas permanecendo a vontade de gritar, debater-se, como dentro de um liquidificador ou quando presa em uma camisa de força, finalmente explodindo em lágrimas, gozo e riso, tudo ao mesmo tempo, desordenadamente, freneticamente, anonimamente, mente, ente.

25 dezembro 2006

e as mensagens de natal se acumulam na caixa de entrada do e-mail.

tudo novo de novo - moska

e essa música que não sai da minha cabeça... acho que talvez ela consiga dizer um pouco sobre essa época que estamos passando.

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
e eu.. no meio de tudo, no meio dos abraços, no meio das felicitações, eu.. que nem gosto do natal, aliás.. não gosto nada.
Chorei.. chorei feito uma boba. Chorei e fiquei toda borrada.

22 dezembro 2006

ah.. mas nos outros intervalos...

Nos outros intervalos sinto no estômago que a espera finalmente esta por acabar, faltam apenas algumas horas e confesso, um estar que já está estampado na cara e no corpo, óbvio, não vejo a hora.

de alguns intervalos

Às vezes, em alguns intervalos, pego-me pensando nas pessoas queridas e distantes. Penso nelas com carinho, com saudades. Espero que este carinho mandando via vento baste, porque não tive tempo de desenvolver meu espírito natalino neste ano. Muito menos mandar os ditos cartões e mensagens de Natal. Ho ho ho . O tempo não pára, ano que vem tento de novo. Minha única resolução de fim de ano, até agora.

ho ho ho

e enquanto isto, as pessoas insistem em mandar mensagens de Natal, felicitações e desejos felizes. As mensagens me alegram e me agoniam. O ano quase no fim, fica nesta demora pra acabar. Eu, que não gosto de Natal, fico aqui torcendo pelo carnaval, com olheiras e rouquidão pertinentes aos ofícios de professora e amante.

balanço de fim de ano

férias? descanso? isto existe? O trabalho pipoca por todos os cantos, o trânsito não acalma, o shopping transborda de gente. Filas, filas, gentes e gentes, e eu que só queria pagar uma conta. Na verdade duas contas. Finalmente paguei minhas contas, quase todas as contas, e tenho a leve falsa impressão de que finalmente, depois de um ano um tanto quanto vermelho, fecho um balanço empatado. Eureka!

17 dezembro 2006

passatempo

faz tempo que lhe espero
e a espera nunca acaba
espero vendo a vida passar
e ela passa sem economia
nunca importei-me em esperar
tenho é terror de fazer esperar
mas desta vez, confesso,
que estou cansada, entediada
e não há mais distração
que me abstraia
então escrevo.

16 dezembro 2006

uma formatura

Ah .. hoje foi finalmente entendido por cada célula do meu corpo que não tenho mais meus 23, e que meus 27 quase beirando os 28 realmente se fazem presentes.

Ana e em sua homenagem, justa, lhe dou minhas salvas de palmas e sorrisos de alegrias pelas suas conquistas, pelas suas escolhas e pela sua história. E sim a festa foi "a festa" que certamente será relembrada como talvez uma das últimas na categoria entre os amigos chegados. Muita força nos futuros plantões... porque eu.. acho que não sirvo pra coisa.

...e ainda com o rímel no olho, bom humor e grande apreciação, dei seis aulinhas hoje.
Vou mergulhar no mundo dos sonhos porque ficar já à mais de 32 horas sem dormir não dá pra mim não.
Mas, quase que ainda como num sonho ou será pesadelo, satisfeita vou me deitar com o gosto de missão cumprida. Fiz juz à minha fama cultivada nos meus 23. Que venham as outras dezenas!

Garçom (o nosso se chamava Marcos e nos atendeu com muito esmero) traga o vinho porque as bocas estão sedentas!
e da rua da minha casa, hoje vi pastos verdejantes. E como são verdes, vizinhos de um céu azul. Emoldurados por muitas árvores. Tudo isso à luz de um quase pôr-do-sol.
Sorri

15 dezembro 2006

Assumo. Confesso o que sou. Um sussuro meio torpe.
Tem hora que me sinto a mais trouxa das trouxas, a enganada.
Sou ingênua, acredito nas pessoas. Não tenho o pé atrás, nem carapuças, nem carapaças.
Acredito. Mas não assumo mais brigas.
Sou da paz, apesar de às vezes desejar ser mais briguenta.
Queria ser mais entojada, mais enojada. Daquelas raparigas bem frescas.
Que sobre seus saltos altos, (que é claro) ornam com o cinto, olham o mundo de cima. Os cabelos obviamente enlourecidos, chapeados e com a boca, aquela boca sexy, sempre pronta. Arrematada com o batom, impecavelmente retocado. Pronta.
Pronta para a briga. Pronta para fazer o mundo obedecer os seus comandos, seus desejos.
Não faço chapinha. Não tenho as rédeas do mundo. Mantenho os fios irritantemente desalinhados, assim como minha vida. Quase não uso salto, já sou deslumbrantemente alta. Sempre olhei o mundo de cima, direto das nuvens.
Não gosto de brigas. Não gosto de mal entendidos. Não gosto de meias palavras.
Gosto das palavras inteiras, com todos os acentos devidos. Frases melódicas.
Digo a verdade, até demais. As pessoas não acreditam nas verdades. Preferem mentiras.
Odeio, odeio, odeio ser má interpretada, assim como julgada. Julgada e condenada por algo que não fiz, por alguma mentira contada por aí. Não pelas verdades.
As verdades assumo, as verdade engulo.
Fico voando, as vezes me canso desse eterno vôo. Queria ser mais armada. Mais enredomada.
Mais protegida. Mais térrea. Essa coisa aérea me enjôa e me faz me perder nos meus próprios cachos. E fico presa dentro deles. Sempre.
Queria que fossem eles minhas redomas.
Mas quase nunca vem alguém mexer nos meus cachos.
Um cafuné. A liberdade em um cafuné.


Frida, a outra artista que muito gosto, gosto muito.

14 dezembro 2006

Me diz o que fazer
se o que falta é sua presença
e sua ausência está demais
Me diz, oras
quantas horas demora
ou até quando esse buraco dura
se pra isto existe cura
uma sofreguidão
que se mistura com o frio
que desce a espinha
e que termina por ficar
na boca do estomâgo que está vazia
e que em espasmos delirantes
pede que o seu semblante
acalente um pouco esse corpo
que surrado
já está viciado
em você.
e de repente se vê atada,
a ausência se torna uma agonia,
e a vontade uma tortura.
A saudade...
esta apunhala o que sobra da carne.

11 dezembro 2006

finalmente eu vi..

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

F. Anitelli - O teatro mágico

uma música feliz

e eis que em um domingo a noite,que por si só já é triste (detesto domingos a noite) encontro um exemplo de música feliz.
elas são quase uma espécie em extinção...
e apesar de todos os pesares que pesam nos pesos qeu carregamos nos ombros tensos da vida, o fim do dia teve um momento um pouco mais leve, pelo menos por alguns 4 minutos.


Sorte - letra e música de Celso Fonseca & Ronaldo Bastos

Tudo de bom que você me fizer, faz minha rima ficar mais rara.
O que você faz me ajuda a cantar! Põe um sorriso na minha cara.
Meu amor, você me dá sorte! Meu amor, você me dá sorte!
Meu amor, você me dá sorte na vida!
Quando te vejo não saio do tom, mas meu desejo já se repara!
Me dá um beijo com tudo de bom e acende a noite na Guanabara!
Meu amor, você me dá sorte! Meu amor, você me dá sorte!
Meu amor, você me dá sorte de cara!

10 dezembro 2006

é que às vezes..viajo.. e penso..
daí vem a realidde.. o homem..
e me bota no devido lugar

pergunta

Qual a característica humana mais universal? Medo ou preguiça?
- walking life

08 dezembro 2006

"Sveiks"


Eu, no papel de comunicadora e amiga orgulhosa, tenho a honra de apresentar aqui neste espaço...

Sveiks: 100 anos de imigração leta em Nova Odessa
Vídeo-documentário trata dos 100 anos de imigração leta em Nova Odessa e aborda, pela ótica de personagens e pesquisadores, os motivos que levaram a cultura e as tradições desse povo europeu à diluição e à recriação. Contextualiza, ainda, os momentos histórico-sociais do Brasil e da Letônia nos distintos fluxos migratórios, bem como a adaptação desses “letos-brasileiros”, que têm por pilares o trabalho e a fé, ao novo país.

Direção: Érica Araium.
Produção: Érica Araium, Maísa Urbano e Thais Buzanello.
E-mail de contato: sveiks.doc@hotmail.com

* sveiks, para os que não sabiam como eu :), significa olá em leto, claro.
Bem simpático, não? Então sveiks pra vcs.
** Sveiks também pode ser tchau ;)
Paldies pela atenção. Estou quase uma falante leto ho ho ho.. paldies é obrigada. Amei isso aqui!
is this the real life?
is this just fantasy?
caught in the landslide..
no scape from reality (...) Bohemian Rapsody - Queen
..
I am just too tired .
"Além de Olinda ainda se encontra quem renda tece

e tece fendas, emendas, emblemas e gemas (...)

o tecer não tem um porquê enquanto ato de entrelaçar"



José Eduardo Gramani

07 dezembro 2006

quando a água bater na bunda

tanta coisa pra fazer..
que fico assim estagnada
nada comecei, nada terminei.

Socorro!

06 dezembro 2006

um filme pra assistir


Filmes argentinos, deles sempre gostei e recomendo. Ontem assisti O mesmo amor, a mesma chuva, do diretor Juan José Campanella.
O caminhar de um homem em meio às agruras das frustrações impostas pela vida, e por uma vida profissional amarrada. O medo que permeia todas as escolhas e não escolhas. Um amor desencontrado e esquartejado pelo tempo, facetado pela vida.
Um amor, uma chuva, os mesmos, bem como diz o título da película.
Gostei.

desencontro do tempo

e o rastro torpe apegado vai sendo gasto, vai embora, some, extinto pelas horas, pela chuva, pelo relógio, que insisite em andar. Demora o passar do tempo, quando ansiosa senta-se na cadeira da espera, aguardando a notícia, vigiando a chegada, observando da janela a cidade, o dia passar.

04 dezembro 2006

e apesar de gostar dos dias de chuva

Dia de chuva, quase infernal, discussões ou seriam diálogos familiares ??, acusações, as mesmas frases, mesmos dilemas, mesmos mesmos..
Anos e anos, dias e dias.
Choro, vela. Reza.

Saí em disparada .. o trabalho como fonte de algum refrigério.
Saí pela chuva, que não era uma mera garoa, era torrencial, cidade em calamidade, ruas alagadas, trânsito empacado.

No caminho parei pra devolver uma fita, digo um DVD, um filme que há muito queria assistir. Tinha um pouco de fome, passei em um café vizinho para pegar algo pra "engolir" durante o trajeto rumo ao refrigério.

A moça do café, sorridente, com sua voz totalmente acolhedora..
- Senta, come o bolo. Quer um café?

Não hesitei. Sentei-me e quase em uma fuga, um momento perfeito, sublime. Saboreei o bolo com o café sugerido. O bolo era de chocolate, daqueles perfeitos para dias como aquele, onde a chuva caia, e onde pretenciosamente fingia não ter compromisso mais com o tempo.
E o tempo, ele parou.

notícia tosca, pessoas que compram amigos AFE

E daí surge a minha alegria incontida, orgulho latente, sorriso estampado!
Meus amigos, ah os meus amigos..
São os mais lindos e queridos..
Tem pra todas as horas, e em todas as horas os tenho.
Surgiram nas mais diversas situações, mas digo e repito sou sortuda os tenho espalhados pelo mundo todo, por muitas esquinas e nas minhas próprias esquinas.
Tem os do dia a dia.. os de todo o dia.
Os da surpresas, quando chega uma carta, ou um postal (amo postais).
Os que telefonam, os de infância, os eternos, os sumidos, os ocupados, os que trabalham muito, os que viajam muito.
Os que moram muito perto, os que moram muito longe.

Contudo, apesar de tudo e depois de tudo, os meus bons amigos.

03 dezembro 2006

chuva, chorinho e chamego
a tríade quase perfeita, só não é, porque nada é perfeito nesta vida.
Pra quê o rasgar da carne?
Pra quê serve o debulhar em palavras?
O derramar de afetos?
Pra quê serve o desejo por muito contido?

Para se sentir vivo, delira o poeta.

02 dezembro 2006

o que se faz quando o pensamento voa?
Voa pra um lugar específico, destino marcado, endereço certo... ficando na boca só um gosto amargo da ausência, quase inexistência, que é tão presente que chega a doer, tira o rumo, aperta a carne, aperta o peito, dói o estômago.
Preciso voltar a tomar o meu remédio de gastriste.

30 novembro 2006

vivo o constante medo de que as pessoas vão embora. elas sempre vão. a generalização, esta me atormenta.

e em tom de chorinho ouvi esta canção.. e só aí fez todo o sentido.

Lithium - Nirvana
Versão por TrashPour4

I'm so happy. Cause today I found my friends.
They're in my head. I'm so ugly. But that's ok.
'Cause so are you. We've broke our mirrors.
Sunday morning. Is everyday for all I care.
And I'm not scared. Light my candles.
In a daze cause I've found God.

I'm so lonely. And that's ok.
I shaved my head. And I'm not sad. And just maybe.
I'm to blame for all I've heard. And I'm not sure.
I'm so excited. I can't wait to meet you there.
And I don't care. I'm so horny. But that's ok. My will is good.

I like it. I'm not gonna crack.
I miss you. I'm not gonna crack. I love you.
I'm not gonna crack. I kill you. I'm not gonna crack.

achei bonito, muito. só isso

infortúnio

Seios túrgidos e doloridos, apesar de lindos, redondos, despontados.
Corpo que lateja, uma pessão interna, externa, o mundo se debruçando sobre meus ombros.
Quase um empanzinamento da vida. Humor como em um show de horrores. Circense.
Uma falta quase matadora de algumas e muitas coisas.
Privação latente e latejante.
Vontade de comer um não sei o quê.
Os hormônios influenciam, sim, o estado das pessoas.
Não é balela não. Acredite, por favor..
e me afaga os cabelos, enquanto libero um choro, um choro sem motivo motivado por toda a calamidade que permeia a existência e a inexistência.
Deixa eu deitar no colo e pensar que estou segura, distante do cotidiano que confunde, esfumaça e abrilhanta a beleza do dia.
Que venha a regra e acabe mais uma vez com essa desgraça que agora é pública.

Aurora


e no meu calendário, vejo uma bela moça, chamada Aurora. Nua e macia. Toda linda, toda fresca. Convidando os transeuntes a recostar a cabeça neste colo abnegado e convidativo. O que Michelangelo pensava quando assim a formou? Já tenho quase certeza..
Qual a relação da subordinada relativa de cunho geral, tem a semântica, trema-rema, subordinada principal, P1, oração, recíproca verdadeira, condições e contradições, coordenadas, causa e efeito, insubordinada, ponto de vista semântico (olha ele aí de novo), estrimente formal, conjugação que coordena ou que subordina, restrição. Discurso. Verborragia. Odeio.

Junte tudo isto ao estudo da língua Alemã...essa foi minha aula de hoje.
E o professor ainda finaliza o momento,(sim amigos, porque isso foi apenas um momento.. muito mais viria por ali) dizendo que isso é entrar no rubicão, pra chegar à fluência tem que atravessar o rubicão.. Acho que nunca mais vou sair dele, vou me afogar.

Não é a toa que estou tomando como verdade em minha vida um sábio dizer.. que disseram por aí.
Uma vida não é suficiente para aprender alemão.

26 novembro 2006

e das rodoviárias

mesmo sendo uma pessoa rodada, já alguma quilometragem percorrida pelos mapas e fronteiras. diferentes continentes, diferentes lados do globo, diferentes línguas, culturas, formas, situações e meios de transporte.
Definitivamente odeio rodoviárias.

linhas imaginárias

Hoje passei pelo trópico de Capricórnio.

24 novembro 2006

e de cecílias

Não te aflijas com a pétala que voa:
Também é ser, deixar de ser assim (...)
E por perder-me é que me vão lembrando
Por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles
De repente se encontrava perdida.
Sem saber do presente, sem saber do futuro.
Não poderia criar planos, apenas o esperar do tempo, que passava, tão lento como o gotejar de uma torneira mal fechada, esperando o momento certo, talvez, chegar.
Encontrar, achar, para isso procurava.. procurava há algum tempo.
Queria ser encontrada.
Buscava o calor, o aconchego de um abraço, o abraço encaixado.
Não sabia de nada e sentia-se perdida nessas ruas, talvez não tão amigáveis.
Mas ousava pensar que além do muro existia um lugar, um lugar a ser visitado.
Queria poder pular o muro, mas esperava que abrissem o portão.
E o homem parecia já vir abrir.

22 novembro 2006

ai que vontade


Acabo de descobrir que Amyr Klink, o cara que durante toda a minha adolescência e adultescência me inspirou, lança mais um livro.

“Linha D’Água – Entre Estaleiros e Homens do Mar”, Cia das Letras.

Tenho a lembrança viva de quando li seu primeiro livro, tinha então meus 13 pra 14 anos de idade, ainda nunca havia desbravado nada.
Devorei em uma sentada e me sentia como se estivesse com ele no barco.
No mesmo barco...desde então me apaixonei por suas histórias, sua leitura e escrita sobre o mar.

Desde então caminho pelas linhas por ele escritas e recomendo...
Cem dias entre céu e mar (1995), Paratii: entre dois pólos (1992) e Mar sem fim (2000). É autor ainda de As janelas do Paratii — 112 fotos (1993), este apenas passou pelas minhas mãos.. ainda não tive a honra. Mas terei alguma hora.. algum momento. Tenho fé. ho ho ho

Fica a feliz notícia.. e o meu compartilhar das coisas boas da vida.

o primeiro vestido

O modelo havia encontrado na revista, lindo, cor lisa, como se tivesse sido idealizado pra ela. Percorreu todos os passos, a modelagem, o corte, e o juntar das partes.
Ela ficava com medo, não queria de forma alguma estragar, de certa forma perdeu toda a antiga desenvoltura que mostrou no costurar da primeira blusinha de chita.
Chita não bota medo, o colorido não dá uma cara séria.
Esse não, esse era de cor preta e de viscose, e era pra ocasiões de muita importância.
Teve medo, mas terminou seu grande e segundo feito.
Ficou lindo e perfeito, pra ela, nela.

outra das minhas músicas preferidas de todos os tempos

porque a música e letra são lindas.
porque gosto de Ana Carolina, da voz, da figura, do canto.
porque gosto muito dessa combinação.
porque é uma das músicas que nunca me canso de escutar.
repetidamente, frenéticamente
quase como que querendo-me tornar parte dela.




Beatriz - Chico Buarque/ Edu Lobo

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida

17 novembro 2006

Bora lá..

mas como sempre existem amigos que ajudam no processo de abstração, divagação, e etanolização.. o que for. Isto! pra tudo, pra qualqueira.
amigos pro que é dado, pro que é vindo..
amigos..
vou correr pro colo deles. :) dos meus de todo o dia.

isso me deixa sorrindo.

cortando as raízes

e pelas mazelas da vida, a sua vida, a tesoura, sua arma, se torna seu próprio algoz.
O espelho, a tesoura, as lágrimas derramam-se com os cachos, pelo chão do banheiro.
Auto-flagelo, uma mudança significativa, como se fosse capaz de cortar seus problemas, seus vícios, seu cotidiano.
A esperança de aliviar o peso dos cachos que insistiam em encaracolar.
Descorçoada, bota seu lenço, o mesmo lenço que dera o nome de cigana.
Quisera ela realmente ter a sabedoria e os desprendimentos dos ciganos.
Esconde-se toda debaixo dos óculos de sol.
O lenço e os óculos eram sua proteção.
Segura saiu desenfreada a andar de bicicleta pelas ruas de sua vida, que ela tão bem conhecia e tentava fugir desesperadamente.

pode passar vontade sim.. esse já acabou.


E tem gente que tem a pachorra de odiar gratuitamente a bela Argentina.
Dois dos meus melhores amigos, Seba e Marco, homens e pessoas lindas, são de lá.
Daí tem também o Astor, tem o tango, tem o charme de se tomar um café no La Recoleta, me diz?? Tudibão.
Olha que estou sendo econômica na minha listagem.
E ah.. o melhor.. aqueles pequeninos pedacinhos de prazer extremo.
ALFAJORES. Porque não existe igual, em nenhum outro lugar do mundo, além dos Hechos na Argentina e olha que sou rodada.
Thata obrigada pela encomenda.

e pelo pouco falar e pelo pouco escutar

e já que uma saída para longe da rotina e dos vícios cotidianos é muito bem-vinda.

Canto para que os males todos se espantem, pantem, cantem.
XX Encontro Villa-Lobos de Canto Coral
Estarei super lá. Não perca quem puder.

.. e de quebra o mar, o mar de São Sebastião.
Que a maresia corroa e enferruje toda a carcaça.

16 novembro 2006

e das reflexoes de um fim de feriado

que se a vida lhe der um limão ao invés de se fazer uma limonada vc pode fazer uma caipirinha.
Apenas cuidado com as misturas das balalaikas e sagatibas.(Até parecem nome de música.)

Como toda a mistura indevida, pode ser perigoso, mas nada que cama de amigos e um bom cuidado (dose de carinho e paciência) não resolvam.

Boa noite cinderelas e otavianos.

15 novembro 2006

e por falar em saudade

Saudades existem de muitas formas, por muitas razões, de várias maneiras.

Há aquela do tipo que alegra a alma, saudade saudosa de coisas que não mais voltarão. Uma época, um sentimento, algo ainda inédito. (esta última é a mais confusa)

Dos tempos em que ainda não se sabia demais, apenas o suficiente. Saudades das não responsabilidades. Das pessoas que se foram embora sem tempo de despedidas, mas também das pessoas que se despediram.
Daquele dia na praça, daquela tarde de pensamentos vagantes.

Daquela hora, momento de onde só ficou o gosto do arrependimento por não ter dito o que os lábios queriam dizer.

Há também o tipo de saudade originada a partir do antigo álbum de fotografias, ao ouvir aquela música que tocava naquela época, dia, hora.

(E para encerrar essa saudade... porque não to me aguentando mais e imagino que você também não.)

Existe também aquela saudade aguda, que insiste em te relembrar que logo será esquecida e que será uma saudade que não mais existirá. (Essa considero umas das piores, não é a toa que é aguda.)

Lembranças das coisas que nos são caras, de que ainda ansiamos em reencontrar (de alguma forma) ou não.

Ela não foi feita pra ser banida ou esquecida, faz parte das caixinhas que ficam na nossa estante e que de vez em quando tiramos lá do alto toda empoeirada, para olhar o que tem dentro.
Tá.. admito! Tô morrendo, sufocada, transbordando de saudade.
Não sei do quê, acho que de muitas coisas, tudo ao mesmo tempo.

cultivar ver dar despir aderir amar conjugar achar

Rendo o meu fim de noite ao canto cheio de encantos e de tempero de Ceumar.


de uma aula de corte e costura

e finalmente a sensação de que o ano estava acabando, pelo menos o finalizar das coisas.
o fechamento das aulas, o término do livro, a entrega do trabalho final, o terminar do vestido.
fica a sensação de que pelo sim ou pelo não, apesar de tudo, mesmo que apesar de tortas, as coisas de alguma forma se encaixam.
dá-se o acabamento e faz-se a barra do vestido
e a agonia do botar a vida em ordem perde um pouco o sentido e força

miscelânia de camelo

e depois de tanto tempo sem ouvir Marcelo Camelo e sua poesia..
(ah.. como é bom, e aí me pergunto porque fico tanto tempo me privando de coisa boa?)
trechinhos da trilha sonora deste quase feriado

.....................................
Eu que já não sou assim
muito de ganhar
junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz
.........................

Pois se é no "não" que se descobre de verdade
O que te sobra além das coisas casuais?
Me diz se assim está em paz
Achando que sofrer é amar demais
...................................................
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo.

Toda rosa é rosa por que assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim

Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!

14 novembro 2006

e desta noite

A noite em que desisti da cana e que preferi a poesia e sobriedade do vento frio batendo na porta da alma.
Em um pré feriado que já esta todo agendado e tomado pela infinitude das coisas que já deveriam ter sido feitas, mas que ficavam apenas entulhando a mesa.

e sobre as etapas cumpridas

A espera de notícias, de preferência boas. Notícias que animassem.
Afinal havia tempos que nada, muito pouco, que aquecesse o coração chegava aos ouvidos.
O telefone tocou. Sim! A notícia era boa, positiva.
Alegria, festejos e outros sentimentos misturaram-se com o furor.
Um respirar aliviado e cheio de esperança (ansiava) antes do resto da caminhada, da vida.

13 novembro 2006

A lingueta da parafuseta da rabiola da borracha do plug da torneira.

Acabo de aprender como arrumar uma torneira que vaza, que pinga, que irrita.
Trocar resistência de chuveiro, instalar qualquer aparelho doméstico, matar baratas, espantar morcegos ou passarinhos que invadem espaços aos quais não foram convidados, trocar butijão, trocar fusíveis queimados sempre foram coisas inerentes à minha passagem por esta terra.

Falta ainda saber com propriedade como trocar pneu de carro. Aliás todos os afins dessa intrigante maquineta que nos leva pra lá e pra cá. Sim, eu sei que pra isso tem que colocar comidinha, vai nos pontos de alimentação paga e o moço dá comida, água e óleo para ele.

O interessante é que dou aula para 5 meninos engenheiros, e eles me dão aulas e aulas sobre eixos, manivelas, cabeçote, injeção eletrônica, motor Otto, pistões, combustão, parafusetas, cilindradas, ai ai.. e tudo isso aí e mais um pouco e tudo em inglês meus amigos, sim porque meus meninos são fodas master lindos blaster mega super tops de linha.

Certa vez eu me esforcei em aprender a arte da troca de pneu, aproveitando da fatalidade ocorrida. Meu querido amigo disse:
- Pra que você quer aprender, você é mulher, quando isso acontecer alguém certamente vai parar pra você.

Bem.. essa fala foi há uma década atrás. Acho que nos dias de hoje existe a necessidade urgente de se repensar isto.

Afinal saber as práticas dos bons costumes do mundo dos consertos nunca é demais.
Ainda mais nos dias de hoje.

Que venham então as torneiras, os macacos, as porcas, as rabiolas e todos os animais selvagens que nos cerca nesta cidade de pedra.

A dama e os vagabundos



Já passou, sim eu sei, você está com vontade.
Não to fazendo de maldade, também fiquei sabendo de última hora, mas consegui ir a tempo. HoHoHo.
A Boa Companhia é mais uma prova viva do bom celeiro do interior.
Muito muito bom.
Eu fui!

12 novembro 2006

bonitinho

filosofia na hora do café

take me on - skin

e pro domingo começar feliz, começo o meu meio dia escutando skin (sim sou repetitiva, e escuto mil vezes o mesmo cd)
Vamos lá.. me diga se ao escutar essa música algo não muda por dentro..
dá vontade de sair organizando o mundo, pelo menos o seu próprio mundo.
Sorrindo ou não, sair, mudar, limpar (sim escuto música fazendo altas reflexões e fazendo altas faxinas)

Se deliciem...

11 novembro 2006

#41# a eterna

Porque é a minha música favorita? porque simplesmente invade a alma. quando escuto tenho vontade de sair pelo mundo com o vento e o sol batendo no rosto vivendo, sorrindo, cantando, voando. Olhando o verde das árvores em contraste com o azul do céu.
A barriga fica cheia de friozinho, e nada mais importa.
É a música que mexe com o meu dna, meus hormônios, meus pêlos.

telefonema

Ouvir o choro de alguém que amo me cortou o coração e tive medo.
Um choro como nunca havia ouvido antes.
Há muito tempo que não choro e tive mais medo ainda.
Tive medo de sentir tal dor.
Mas será que as dores são diferentes?
Eu nunca choro.

Lost - Skin

o canto envenenado sangrando de skin para os desgraçados no amor, mas há sinais de esperança. Sempre há meus caros, sempre há.



What was I waiting for
Waiting for the bubble to burst
Over your stagnant pauses

Can’t cure what your devil don’t see
Or light a fire below the death of me
We’ve shot through all over our causes

Days spin through my heart
That sever the love
Kill all the pain with shame

I won’t be lost without you
I’ve found a way to get through
Now I’m up and running
Strong enough to walk away
And leave you all alone
I won’t be lost

What were you waiting for
Waiting for the straw to break
Over the back of desperate ways

You were a dream to me
Now you’re nothing but a heart that bleeds
I’ll wash you off and carry on

And when I see you
I find another reason
To keep myself from getting lost in you

Alone In My Room - Skin (claro)



Ma belly,
Full a juice
What ya givin’ to me
Sugar free,
Your problem
You my crack beauty
Queen
Watch out
Maniac
Betta run if ya scared
Freak out
No doubt
Get that shit out your hair

I would rather spend my time
Alone in my room
Than spend it with you


Plain devil
Be careful
I can spit out your charm
Silly baby
Stone cracy
Can’t you hear the alarm
Cool blue
For the fool
Take your football and leave
Suicide
Damn tired
This is nothing I need

paixões

Por esses caminhos que trilhei deixei de compartilhar algumas coisas que gosto muito. Minhas paixões.
Onde foram parar? Vou tira-lás de alguma dessas caixinas que estão empilhadas na estante.
A primeira que me vem a cabeça, neste momento, talvez por estar ouvindo insistentemente e repetidamente algumas melodias que me aquecem a alma.
Música. sim, uma das minhas incansáveis e insaciáveis paixões.
Quero falar de uma cantora, aliás que está cantando ao pé do meu ouvido neste momento. Alegrias da tecnologia que nos permite ter nossas cantoras favoritas juntinho ao ouvido, pertinho do cérebro, uma alegria que quase sai pelos olhos, e pela respiração enchendo toda a sala.

Skin
Tive a honra de ouvir suas melodias enquanto fazia minhas andanças pelo mundo.
Tento descrever essa doce e ácida voz que sai de um corpo lindo e olhos hipnotizantes. Não consigo. Também não é algo necessário.
Apenas fica a urgência em escutar o que ela tem a nos dizer.



poeiras

Remexer em fotos antigas é um passaporte com visto permanente para lembranças que estavam deveras empoeiradas.
por vezes alfineta o coração, por outras alegra, mas também pode causar vontade de choro. Saudade de pessoas e de um tempo que se foi.
Saudades e lembranças de você mesmo, do que você foi um dia e dos sentimentos que cada imagem pode revelar.

10 novembro 2006

e neste passar dos dias
me perco e me acho.. e me perco.

as baleias

No fim de semana estava vendo baleias no mar, sentado na beira da praia.
Queria que você estivesse comigo assistindo esta tão especial dança.

doce de abórora com cravo

Minha infância foi recheada de sabores. Dona Diva cozinheira de mão cheia sempre fora rainha da cozinha. Lembro-me da primeira vez que comi doce de abóbora.
Como toda boa e chata criança, fugia de tudo o que remetesse aos vegetais. Crianças são ingênuas, ainda não descobriram os prazeres do mundo verde, amarelo, vermelho ...
Hoje não dispenso nem jiló, aliás difícil pensar em algo que não apeteça meu paladar.
A imagem de minha mãe parada na cozinha com a colher de pau na mão me oferecendo o passaporte de entrada no mundo delicioso do doce de abóbora, ainda é muito fresca, envolta ainda até do aroma característico.
-Experimenta minha filha, experimenta. Como você não gosta se nunca experimentou?!

ode à espera

O senhor tempo mancomunado com os ponteiros do relógio zombam dela.
Até o vento cochicha contando às folhas das árvores que a espera nunca chega.
Os insetos desistiram de ficar ali.
A lua já cansou de iluminar o caminho, e a sombra esperada nunca desenha o chão.
Mesmo que chegasse, ela nunca conseguiria alcançar ou mesmo tocar a sombra.
Enquanto a menina espera, a noite preocupada, faz com que ela adormeça.
Assim a menina entorpecida pela noite esquece de esperar.
Embalada pelo sereno dorme profundamente entregando-se aos sonhos e delírios.
Anestesia-se a dor que pudesse ousar em fazê-la chorar.

e sobre certas dietas burras

As vezes a vida parece uma grande dieta, quase abstinente, cheia de privações.
Pessoas se privam de chocolate e de todas as coisas que muito apetecem seu paladar, por culpa ou quase como um auto flagelo. - Não pode, engorda!
Outras pessoas fazem dieta de carinho, afeto. Fica o eterno jogo (muito estranho aliás). Afeto em conta gotas, amor medido.
O amor desmedido, recheado de carinhos sem ter fim, dos beijos molhados de mel com açúcar mascavo são proibidos. Não se pode ou deve, tudo deve ser contida à miúde, economia, dieta quase espartana, tudo para dançar e caber no espartilho.
Eu só de raiva e fome comi agora no intervalo da aula, pão de queijo com café (claro que com açúcar e mascavo, com direito a uma pitada de canela) e de lambuja para fechar essa celebração ao sabor me deliciei com duas paçocas, porque dose dupla é mais gostoso. Eu que amo paçoca nunca me contento com uma, faço juz ao nome..livioca paçoca cara de pipoca.

09 novembro 2006

e da música dada na aula de inglês

Treading trodden trails for a long, long time
I say my hell is the closet I'm stuck inside
Can't see the light
...
I find sometimes it's easy
to be myself
Sometimes I find it's better to be somebody else

....................So much to say - Dave Matthews Band

08 novembro 2006

e o bate papo com a deusa

-e aí pessoa amada, como tá?
-eu tô aqui.. nessa minha vidinha suburbana, interiorana.
preciso dar um rumo, preciso trabalhar, preciso estudar, preparar aula.. pagar conta..mas a realidade é muito cansativa

...

assim seguiam os dias analisando o outrem.
meio voyeur, meio curioso, meio encantado com o que o outro pensava.
visitantes quase secretos um do outro.
assim os dias passavam.

livros versus balanço financeiro

Livros, ah os livros.
Não há crise financeira que resista e não se agrave em feira de livros.
Ainda mais em feira onde se tem no mínimo 50% de desconto.
Melhor nem passar perto, ignorar, deixar a vontade coçando.
Ontem não resisti, mergulhei, entrei, me deliciei.
Por sorte nem todas as bancas aceitavam o maldito dinheiro de plástico.
Sou compulsiva por livros, não consigo comprar apenas um, ainda mais quando se tem 50% de desconto.
Sim, entrei, olhei, olhei, busquei, encontrei.
Sim comprei.
Afinal não é todo dia que se tem 50% de descontos.
Todas as importantes editoras estavam presentes nesta grande orgia literária.
Com um cardápio completo passeando de dicionários, livros técnios, romances, filósoficos até livros de arte, fotografia e de moda.
Sabe aqueles livros caroooossss.. então, sim eles estavam presentes por lá com preços na metade.
Pensei em voltar lá hoje munida de dinheiro de papel.
Quem sabe passear por algumas bancas que resistiam à minha crise econômica.
Mas fui proibida, por mim mesmo.
Vou é pagar contas, para cair na realidade.

fim de noite .. quase em um novo dia.

cana, ausência.
roda de amigos, papeios, risadas.
tanta coisa.. tanta coisa..
noite repleta de acontecimentos.
Dia repleto.
mente ocupada, mente distraída.
tentativa quase bem sucedida.
Fim de noite, saudade e quase que recaída, caida, ida.
regada a chuvisco, herança ainda dos campos.
doces tentando adoçar o que não é tão doce.
Vou dormir que o meu mal é sono.
cama. sonífera ilha.

07 novembro 2006

o idosar da vida.

De lambuja a partir de pensamentos de meu amigo amado Sr Rogério
Provar que podemos ser melhores, lutar pela busca do que ainda não se sabe. Boa, Ruim, mediana, excelente, outstanding... super.
O vai e vém, o sobe e desce, os altos e baixos.
To cansada. Mas tamo aí, tentando ver onde vamos chegar. Se chegarmos.

a economia do viver

Começo do mês, fechamento, saldos e balanços.
Assumo, tenho um pouco de receio de encarar a minha vida econômica..
O meu único prazer é pagar as contas.. ficar livre dos débitos.
De resto, tenho medo de olhar o extrato.. olhar o saldo que nem sempre é positivo.
Admito!
Vou ter que fazer isso agora.. e por algum raio de luz que possa iluminar meu dia.. talvez não ficar deprimida.
Esta é uma pitada da minha realidade deste momento.
Argh.. detesto.
Se gostasse teria estudado economia e estaria sentada no monte de grana ganho às custas da aversão alheia às cifras.
Minha aversão a estas taxas, débitos, impostos, ostos, etos, bletos, cletos, zeltos.

06 novembro 2006

05 novembro 2006

no terminal

chuva torrencial, até que enfim. lavar esse calor.
munida de sombrinha, com a barra da saia e sandálias molhadas, encontro meu amigo pelo caminho.
Após compartilhar as novas e intrigantes descobertas da vida, solto uma fala um tanto quanto melódica mas muito pertinente.
- "é meu amigo só resta uma certeza (...)
ele completa...
- é preciso acabar com essa tristeza é preciso inventar de novo o amor."
A chuva cessa e o relógio acusa que é hora de seguirem.
Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria
Lá vai Maria

Lata d'gua
(Luís Antonio e J. Júnior)

porque música boa se compartilha

BAMBINO
Ernesto Nazareth / Zé Miguel Wisnik

E se o ferro ferir
E se a dor perfumar
Um pé de manacá
Que eu sei existir
Em algum lugar

E se eu te machucar
Sem querer atingir
E também magoar
O seio mais lindo que há

E se a brisa soprar
E se ventar a favor
E se o fogo pegar
Quem vai se queimar
De gozo e de dor

E se for pra chorar
E se for ou não for
Vou contigo dançar
E sempre te amar amor

E se o mundo cair
E se o céu despencar
Se rolar vendaval
Temporal carnaval
E se as águas correrem
Pro bem e pro mal

Quando o sol ressurgir
Quando o dia raiar
É menino e menina
Bambino, bambina
Pra quem tem que dar
No final do final

E se a noite pedir
E se a chama apagar
E se tudo dormir
O escuro cobrir
Ninguém mais ficar

Se for pra chorar
E uma rosa se abrir
Pirilampo luzir
Brilhar e sumir no ar

Se tudo falir
O mar acabar
E se eu nunca pagar
O quanto pedi
Pra você me dar

E se a sorte sorrir
O infinito deixar
Vou seguindo seguir
E quero teus lábios beijar
e aos poucos vai se acostumando, digerindo, apagando, transformando.

não caia de cabeça

Porque não se pode cair de cabeça? Por ser o lago muito raso?
Pelo medo do afogamento?
Porque é proibido?
A morte fatal acontece por mergulhar no lago? o risco de bater a cabeça sempre presente.
Ou a morte acontece por ficar apenas olhando do topo?, sem nunca saber como é o olhar das cores durante a queda, a temperatura da água, a adrenalina que percorre o corpo...
Faz tempo que não pulo de lugares altos.
Mas de uma forma ou de outra, sem a adrenalina, a morte já parece próxima e certeira.

um dito que estava em uma exposição que vi por aí

O olho é a janela do corpo humano, por onde a alma especula e frui a beleza do mundo, aceitando a prisão do corpo que sem esse poder, seria um tormento (...) Quem acreditaria que um espaço tão reduzido seria capaz de absorver as imagens do universo?
Leonardo da Vinci

e em meados de Outubro

Na única pausa para respirar que tomo descubro que já estamos no final do ano. Incrível! Ainda hoje mesmo li um antigo escrito, que estava perdido em meu caderno, onde eu dizia "the semester jsut started and I am already late. Late for my own life".
Então vejo que ainda continuo atrasada e que mal ou bem, caminhei. Ainda não terminou, mas é quase como se tivesse. A agenda já está consumida, à perder de vista e mais um ano que evapora.
Na semana passada me deparei com panetones no supermercado. Sim, começo de Outubro.
Feliz Natal! HO HO HO
Acho melhor comprar minha fantasia de carnaval ou organizar o bloco.
Estou mesmo atrasada ou o mundo está demasiado acelerado.

PS. Veja, até o post está atrasado.

01 novembro 2006

Ode à Luz Marinha

"...rosa renascedora, renascida:
abre
cada dia as tuas pétalas,
tuas pálpebras,
que a velocidade da tua pureza
estenda os nossos olhos
e nos ensine a ver onda por onda
o mar
e flor a flor a terra."

......... Pablo Neruda

Boa Noite!

Noite quente e depois de algum tempo sem ver alguns amigos, fazemos valer os reencontros.
Já gostei mais de rodinhas de violão no passado, hoje em dia ainda gosto, mas estar com algumas pessoas (específicas e seletas) cantarolando em uma roda de violão tornou-se realmente a grande graça em momentos assim.
Nem precisa de um extenso repertório, nem precisa de cana ao lado, nem precisa de muito tempo. Mesmo que em um fim de noite em uma plena terça, e com a cumplicidade das vozes e melodias o que se faz já é suficiente pra elevar o espírito e sorrir feliz.

Compartilho aqui uma do nosso repertório de hoje a noite, que sim, é vasto e desafiante aos tocadores e cantores de plantão, e ainda conta com um seleto repertório internacional, com direito à performances que transitam desde Guns and roses até DMB, sim amigos.. somos quase um grupo a lá tabajara.
Mas aqui compartilho esse clássico do repertório da casa.. com vcs de Djavan.

Meu ar de dominador dizia que eu ia ser seu dono
E nessa eu dancei!
Hoje no universo nada que brilha cega mais que seu nome
Fiquei mudo ao lhe conhecer, o que vi foi demais, vazou
Por toda selva do meu ser, nada ficou intacto
Na fronteira de um oásis, meu coração em paz se abalou
É surpresa demais que trazes, ainda bem que eu sou Flamengo
Mesmo quando ele não vai bem, algo me diz em rubro-negro
Que sofrimento leva além, não existe amor sem medo
Boa noite!
Quem não tem pra quem se dar, o dia é assim igual à noite
Tempo parado no ar, há dias, calor, insônia, oh! noite
Quem ama vive a sonhar de dia, voar é do homem
Vida foi feita pra estar em dia, com a fome, com a fome, com a fome
Se vens lá das alturas com agruras ou paz, Oh, meu bem, serei seu guia na terra
Na guerra ou no sossego sua beleza é o cais
Eu sou o homem
Que pode lhe dar, além de calor, fidelidade
Minha vida por inteiro eu lhe dou
Minha vida por inteiro eu lhe dou


O Flamengo foi em homenagem à Catita, eu não sou uma pessoa futibolestica.
E peço ao meu companheiro de cantoria, a letra está certa?
Tu sabe que letras não são o meu forte.

Saravá!

31 outubro 2006

e na cinelândia, quando o domingo apesar de cinza ainda era azul

dona Eva, mulher gentil, cuidadosa.
Pessoas, gente.
Via-se pessoas.

O não conseguir escrever. Tamanha era a intensidde e as cores das coisas. O sol escondido não era motivo para acizentar as pessoas, humores, paisagens.
O verde continuava verde e o dia continuava bonito. As pessoas independentemente das distintas classes sociais e culturais trabalhavam e caminhavam em outro ritmo, um ritmo pertinente a um domingo na cidade maravilhosa.
As pombas odiosas circulavam pelos seus locais comuns, e apesar de odiar pombas, admitia que ali elas se pareciam até menos feias.
O tilintar dos talheres, o burbúrio de um grande almoço.
O som do grande prêmio de fórmula 1 na tv também compunham o cenário.
Mas arrematando esse momento, claro, o gosto do café, que permanecia delicioso na boca.

riscos de uma marina que é muito mais gloriosa

rabiscos..


e dos jardins o MAM, bela paisagem.
Belo sol.
O belo se contrapõe com a solitude.

30 outubro 2006

ciclos, biciclos, triciclos..

..e fico me forçando em esquecer de coisas que nem mais se lembram de mim.
Às vezes ainda me pego esquecida destas coisas, e então me lembro delas.
e o ciclo cicla

caos

fica então a eterna busca por botar ordem na vida.. botar a vida em ordem se isso for possível.. acho que vou viver toda a minha vida tentando descobrir isso.

de volta ao lar

bom estar de volta às ruas que tão bem conheço, ao sotaque familiar, ao cheiro de café.
Abrir a janela do quarto, jogar as coisas pelos cantos, espalhar as coisas nos lugares próprios a elas.
Usar o teclado conhecido.
Repensar as coisas, juntar o que sobra, ver o que se joga fora, o que fica?
tomar banho no meu chuveiro, ficar descalça pela minha casa.
Rever amigos. Rever o cotidiano.
Ouvir os pássaros que sempre insistem em cantar aqui no quintal, desse interior, do meu interior.

28 outubro 2006

o Rio de Janeiro continua, sim, muito muito muito lindo...

nao dá pra negar.. nao dá pra nao ver a beleza que fica estampada na sua cara..
terra já cantada por todos os poetas, onde até os nomes de rua rimam a poesia, linhas de onibus que se transformam em música.
As meninas todas cheias de graca que sim, andam pra lá e pra cá, cheias de samba e prosa.
A noite que cheira a festa, ruas que te enchem de vontade de simplesmente caminhar por elas.
este é apenas um compartilhar tímido.. e sorrateiro, que é feito em computadores alheios, sem acentos devidos ou pontuacoes, sem cedilhas, sem tils... sem revisao.
saudade da terra e dos amigos do lugar onde eu posso falar sem medo de ser notada pelo sotaque, e sim.. até da realidade dura e crua do diariamente. Nada como o poder espalhar a bagunca da mala, mas.. sim.. isso será logo.. enquanto isso eu aproveito, aproveito.
saravá, aquele abraco.

24 outubro 2006

e dos campos...

cry baby, cry.. como diria minha adorada janis..
bem.. o sol tá fazendo greve, tenho até que usar blusa de frio, se não é o frio natural é o detestável ar condicionado que persegue e congela a alma.
a alma. .hummm...
mas pra alegria dos goitas de plantão tenho hoje de grátis
quarteto em Cy.. e sim..elas continuam lindas e magníficas.. já vi um na passagem de som..
ho ho ho
escrevendo muito.. muito.. mas pouca net..
beijo

19 outubro 2006

e enquanto Frank Aguiar, Maluf e Clodovil são eleitos
o menino continua vendendo sua bala de goma no sinaleiro

e numa outra semana aí..

chegando à universidade, ouço a melodia alta no ar
e o meu sorriso invade o rosto e a alma
e não consigo evitar o cantarolar alto ao vento voando na bike.

compartilho com vcs a música que resultou neste meu, tão meu, sublime momento.
somente uma música, mais uma das minhas mais preferidas.

Por Ivan Lins...

Oh, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
Eh Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide.
Até a lua se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco, alegre ou triste
Oh, Madalena, Madalena, Madalena, Madalena
Oh Ma, oh Mada, oh Madale

18 outubro 2006

e já que gosto de cores.. muito

Todas as cores concordam no escuro. - Francis Bacon

17 outubro 2006

de hildas

Kalau: Nem parece que falamos da mesma mulher.
Celônio: Tu mesmo disseste que ela se parecia a uma coisa sagrada.
Kalau: Sagrada... sei lá. Uma coisa que dava medo de tocar.

Agda, de Hilda Hilst
Pela primeira vez, por opção, caminhei pela rua onde meu pai morreu..
e o pôr-do-sol é até bonito na Humberto Martins Zuppe
e o cigarro nem tão amargo, e a bebida nem tão intragável.

15 outubro 2006

pensamentos de um quase fim de domingo

calor, cansaço beirando à preguiça.
pilha de papel olhando pra mim.
tanto trabalho, tanta coisa, tantos desejos.
queria o barulho do mar, apreciando algum resto de pôr de sol.
é.. to beirando meu limite sem viagens.
mas viagem daquelas, sem trabalho embutido, daquelas sem ter que nada, daquelas que vc fica até dizer chega.
daquelas viagens em que não existe preocupação com nenhuma convenção.
ficar em um lugar novo, peregrinando até que as roupas sujas e o desejo da sua cama te leve de volta.
preciso de mato, mar e sol.
preciso do verde, azul, amarelo, branco, laranja, marrom...
preciso das cores.

14 outubro 2006

música jamais ouvida antes

Torrente de idéias.
Desenfreada a cabeça tenta juntar idéias, palavras, histórias,
Em um momento quase sublime.
A ausência de planos.
Momento onde se há oportunidade de nada.
Apenas viver o sol que bilha lá fora.
Ouvir uma nova música.
Tentar reconstruir, juntar as peças quebradas.
Formar um novo espelho a partir dos cacos quebrados.
Olhar o reflexo, e caminhar para algo do que seria entender quem é o reflexo.

...

E a ausência de planos, instantaneamente sorri.

sexta feira 13

O que dizer de uma sexta feira 13 que já quase acaba.
Graças!
Espero que acabe, porque hoje o dia não foi bolinho.
Delírios, delírios e delírios.
Quero sumir de mim mesma.

13 outubro 2006

e a despedida ... Candeia, interpretação Cartola.

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer, quero viver

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

a ainda relutando em dormir.

Sim.. tenho essa mania das crianças, reluto em ir dormir..
Lamentável esse meu comportamento, pois é muito bom dormir pra esquecer, apesar de muitas vezes os sonhos não deixarem.

Enfim..
escuto cartola, amo cartola do mais profundo lugar do meu ser, se é que sou tão profunda assim. sou alta e acho que minha altura toda deve servir pelo menos pra isso, pra ter algum lugar que possa ser chamado de profundo. Escolhi duas não tão pérolas assim. Meu estado de espírito muitas vezes é representado pelas músicas que escuto, então, amigos façam o brigadeiro, coloquem o pijama, e neste dia chuvoso se enfiem em algum canto aconchegante.
Compartilho com vcs.
Isto é, se existe o vcs...

Minha
Quem disse que ela foi minha
Se fosse seria a rainha
Que sempre vinha
Aos sonhos meus
...
Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó

Preste atenção querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés

da eterna espera.

Fico à espera.
Procuro entre letras de Cartolas e Adrianas, algo que clara e veramente possa falar coisas que sinto.
É sempre mais fácil. Parece que os poetas facilitam a vida da gente.
Fica então a nossa economia de ter que realizar este trabalho, juntando palavras, cavocando no fundo do estomâgo, nas entranhas para encontrar as frases certas, as vírgulas certas, os pontos certos. Assim, tentar mandar embora os fantasmas, os muitos pensamentos, as dores, neste quase exorcismo, que nunca cessa.
Vou dormir. O esperar vazio entristece.

e no dia das crianças.

Uma data no calendário. Amigos reunidos para celebrar a vida, o marasmo de um dia chuvoso. No ano passado estava quente, um calor que derretia. Amigos em volta da mesa, compartilhando o gosto pelo alimento, alegrias, acontecimentos, fatos, novidades.
Hoje, sem planos prévios, como que uma fatalidade, o momento se repete.
Diferente, com um ano de intervalo, uma quase reprise. Tantas coisas, tantas histórias, não cabe.
Os amigos e agregados, novos assuntos, novos momentos, ainda assim se juntavam, celebrando o marasmo de mais um dia das crianças. O dia que foi apropriado inocentemente por eles.

11 outubro 2006

e as flores continuavam a perfumar a casa, lembrando a moça de sua existência, quase invasora. Uma bem-aventurada invasão.

a encomenda

Ela havia se esquecido como era receber flores. Havia se esquecido do perfume invadindo a casa, relembrando e afirmando que as flores eram pra ela. Somente pra ela.
Flores enviadas com direito a cartão, anônimo, mas que revelava-se por si só.
Não era um acontecimento comum, ela nem mais se lembrava, nem mais sabia do cheiro e das cores das flores.
Ela gostou.

10 outubro 2006

"Se meu desejo coubesse num poema,
Escreveria numa folha branca
E faria um barco de papel"
Navegação, Miriam Cris

e de um filme..

um minúsculo diálogo em um filme. Um diálogo que fugia do tema central, ou será que iria direto ao alvo?
bem.. foi a parte que mais gostei.

A personagem principal vagando perdido por um lugar, fugido, senta-se em uma praça para ouvir um músico, que estava feliz, solitariamente tocando seu instrumento. O músico irritado com a "platéia" indesejada indaga:
- o que está esperando? saiba que a maré e o tempo nunca esperam.

de.. Der Philosoph

e dos muitos pensamentos que gostaria e quero compartilhar...

O ritmo diário tem sido fatal, ando ultimamente com um bloquinho, o qual vive ávido por receber idéias, frases, pensamentos, cores .. tudo que penso em dizer .. em exorcisar.. em eternizar.
Neste ritmo alucinado, sob ainda a influência das altas e baixas hormonais, minha cabeça por aí voa, desesperada por gritar, por contar, por exorcisar.
Memórias acumuladas que serão, espero, logo logo compartilhadas..
Logo, vem o ócio, o feriado.. e aí.. meus queridos.. sentem.. por que vem.
Choros, risos, melodias, sonetos, esbravejos, bobagens.. previsões de Zirila, que em sua mais formatada (.. ou será desformatada?) forma grita ao mundo!

07 outubro 2006

quero por minha mula na sombra

e o direito de um lugar de sombra à bike, porque todos merecem um lugar à sombra! Inclue-se nisto as bikes.

sobre a espera

Palavras..palavras.. palavras.. estou cansada delas..
Espera-se ansiosamente pelo silêncio mandatório, quando as palavras não mais são necessárias.
Desespero pela presença silenciosa, quando o olhar já diz o que é pra ser dito.
Quando nem se precisa dizer nada.. nem com o olhar.
Apenas o estar quieto, o estar quente, o estar junto.

06 outubro 2006

e pós show.. ERRATA

Ai ai ai ai ai
uerê rê rê
dum bi doonn doonn doonn doonn
uerê rê rê
dum bi donnn doonn doonn doonn
dere re re dum bi doonn..

04 outubro 2006

e sobre o lugar que estarei amanhã


Da ra da da
Da ra da da
da ra da da
Da ra dara daradara
Da ra raaaa
Da ra ra ra da raaaaa aaaaa
da dararara darara
dararara. Da RA RA RA RA DA RA Raaaa

das pautas e compassos

Os problemas em aceitar o ócio.
Perdeu-se a prática do nada.
O meditar vazio.
Os intervalos breves.
A necessidade de se fazer preencher a pausa com melodias ainda não tocadas.
Esqueceu-se de quando sabia fazer o nada de forma tão pertinente, tão intensa.
Quando ainda não se sentia a necessidade de transpor para a pauta os sons dos passarinhos, das folhas, das cigarras.
Não se remia as notas com exatidão em compassos.
As melodias não se prendiam ao papel.
Não se preocupava com as mínimas, semibreves ou colcheias.
Só se ouvia e devaneava.

29 setembro 2006

pôr-do-sol

Prefiro o pôr-do-sol, momento mágico do dia, marca o fim de mais um dia de jornada, a cidade de certa forma se aquieta, pessoas à caminho de casa, sem mais a pressa que é presente na manhã quando estão a caminho do trabalho para começar o dia de labuta. O pôr-do-sol não, pelo contrário, nos convida ao descanso, parar para uma cerveja num boteco, à beira da avenida. A pausa para um cigarro, para a parada, apreciando os tons laranja-dourado-vermelho-rosa do céu. Um respirar, quase que um suspirar, de satisfação de mais um dia cumprido. Deixando, isto para os mais afortunados, os problemas de lado por um segundo na esperança de se ter um dia novo em folha para achar a solução.
Acho que por tudo isso e por outras que prefiro o pôr-do-sol, sempre gostei.

intimidade letrada

O jogar com as palavras, afirmando tal intimidade com a letra que o desmanchar e formação de novas palavras, novos sentidos se transforma em uma grande brincadeira.

Normal só tem você e eu .. Lenine o sábio

27 setembro 2006

.. e por enquanto.

Continuo com o que me é pertinente.
Até que chegue a hora de dizer basta, acabar com o auto-engano.
Desistir do sonho infundado.
Mantenho o pequeno elo, me apego a ele, como se não fosse aguentar a dor da sua perda.
Alimento, cultivo, cativo enquanto ainda tenho medo do ir embora, sentir a dor do parto, a dor da separação, o viver a vida como tem de ser vivida. Entrar em contato com uma realidade temida.
Como se a dor já existente, a dor da indiferença, incompletude, como se as migalhas que me concedo não fossem muito piores. Mas afinal é um sentimento já conhecido, não se tem que deparar com o novo, com o mergulho de cabeça em águas escuras.
Pequenos caprichos que me mantêm ainda escrava, por opção.
Uma opção cega.
Enquanto isso fico à espera da posse. A posse legitimada da pseudo liberdade. Liberdade ainda confusa e maquiada, não revelada.
E o medo de viver na completude, (o que é a completude, se existe isso?), o medo do mergulho continua estagnado no dia de hoje, por equanto.

26 setembro 2006

.. e sobre os caminhos retomados.

e então o mergulhar no trabalho, nas questões que verdadeiramente sempre importaram, o reencontrar com seus ideais, o reencontrar com as coisas que lhe são familiares, dão-lhe novamente o sentimento de inserção na vida. Antes, e por um breve tempo achava-se em uma fase distinta, excluída de sua própria existência, sem sentido de luta, perdida em meio aos turbilhões, em meio às tempestades e devaneios. Deixando-se levar pela correnteza, tentando desesperadamente salvar-se sem ao menos, ver que sua salvação estava mais perto, do que em meio ao seu desespero, pudesse imaginar.

...e sobre o distanciamento

e como se esperasse ansioso por uma gota do que pudesse representar algum modesto afeto. Um afago mesmo que apático, comedido que fosse. Uma intenção de gesto que indicasse alguma breve tendência em direção a ele. Pequeno movimento que desse alguma esperança de um dia, alguma hora ter novamente a atenção do objeto por ele desejado. Um fio, uma linha que conseguisse manter algum elo entre os dois.

uma auto-síntese no dia de hoje

Um tanto alegre, um tanto triste. Sonhadora, visionária, igualitária.
Um tanto inquieta, um tanto bagunceira, um pouco atrasada. Muito impulsiva, e um tanto compulsiva. Ansiosa. Um bom tanto caótica. Demasiada espontânea e reveladora desmedida de seus livres pensamentos e devaneios. Uma tendência à tosquice, quase uma joselita. Apreciadora da vitrine da vida, observadora dos transeuntes, dos passantes. Amante das verdades e dos âmagos, cientista dos cernes. Adoradora das fendas, imperfeições, do que difere, do que dá individualidade, especialidade. Mantenho o olhar atento ao diferente, quase hipnótico, absorto, integral, meio voyer. Apaixonada pelos universos artísticos coloridos que encantam a alma e os olhos. Tentando decifrar o meu próprio caminho passado, futuro e perdida na viela presente.

25 setembro 2006

tudo vira lixo

e assim, depois de uma pequena enxurrada de dizeres ao mundo, vou me enfiando em baixo das cobertas, em um mundo que não existe. Fazendo valia o que um grande amigo sempre me diz, vá vá dormir, que tudo passa, e amanhã é outro dia. Passa a tristeza, passa o cansaço, passa os pensamentos.

como uma outra grande amiga diz.. pensar muito as vezes não é bom, analizar cada coisa, analizar a vida, pra quê? Não precisa.
Pra quê? Ser um ser simples, sem pensamentos profundos é bom.
Leve sua vidinha, um dia após o outro, sem grandes pretensões e pensamentos.

Afinal..como diz Chico César

Tudo vira lixo
Tudo pode virar lixo
Carta de amor vira lixo
Conta pra pagar vira lixo
Seja como for tudo pode virar lixo
Namorado, gato, tio
Até seu pavio
Também pode virar lixo
Tudo que se acende se apaga
Fósforo se apaga
Vela, incêndio, lamparina
O olho da menina até o seu
Tudo pode se apagar
Tudo pode se acabar
E virar lixo...

e dos Afro-sambas de Vinícius e de Baden

Ah, bem melhor seria
Poder viver em paz
Sem ter que sofrer
Sem ter que chorar
Sem ter que querer
Sem ter que se dar

Mas tem que sofrer
Mas tem que chorar
Mas tem que querer
Pra poder amar

Ah, mundo enganador
Paz não quer mais dizer amor

Ah, não existe
Coisa mais triste que ter paz
E se arrepender
E se conformar
E se proteger
De um amor a mais

O tempo de amor
É tempo de dor
O tempo de paz
Não faz nem desfaz
Ah, que não seja meu
O mundo onde o amor morreu
l'enfer, c´est les autres...Sartre

Como se dá isso? será mesmo?

delivery de árvore: ligue e peça uma na sua rua

Apesar de o serviço ser desconhecido pelos paulistanos, é possível pedir o plantio de uma árvore em qualquer rua de São Paulo com um telefonema ao 156, central da Prefeitura, que também atende pela internet. A exemplo da pizza, o delivery de árvores à paulistana tem cardápio: as espécies estão listadas no Manual Técnico de Arborização Urbana, lançado no ano passado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Ao acionar o sistema, o munícipe recebe a visita de um técnico da Prefeitura, que verifica as condições do local a receber a árvore, que poderá ser de porte pequeno, médio ou grande e deverá guardar distâncias obrigatórias de poste, placas indicativas e fiação pública. Fonte: OESP, 20.09.2006.

...o que nunca foi dito.

Tenho um medo urgente de ser esquecida, como se realmente a minha presença na vida fosse dispensável. Tenho medo de descobrir o inevitável, medo de finalmente saber a verdade. Na minha viagem, in solo, saber que sou indesejada ou esquecida, nunca lembrada, que minha ausência ou presença é indiferente.

.. e ainda sobre os aquarianos, a eterna busca do auto-entendimento..

Regido por Urano, um planeta descoberto durante a Revolução Francesa, é o exemplo de cidadão do mundo, um porta-voz nato do lema "igualdade, liberdade, fraternidade". Muitos anos-luz adiante do seu tempo.

O aquariano típico é aquele camarada que estava bolando certas reformas religiosas antes de Lutero nascer, cantava a Internacional quando Lênin ainda freqüentava o grupo escolar e já imaginava a teoria da relatividade quando Einstein usava fraldas. Pode não ter tido o gênio destes três, mas, seguramente, enxergava tão longe quanto eles. Na pele de herege, cientista ou reformista social, o aquariano é o grande inventor do zodíaco, um utopista incorrigível, o livre-pensador um tanto aéreo, que nunca desprega a cabeça das grandes e nebulosas causas da humanidade. Naturalmente, eles ficam tão vidrados em suas causas abstratas que não enxergam um palmo adiante do nariz. Seres mais despreendidos e despreonceituosos do sistema solar. Você nunca verá um aquariano racista ou machista, a não ser que seja um gravemente neurótico.

AFF.. acho que estou em crise com o meu signo.. Nem guento minhas viagens,essa eterna cabeça voadora e tosquice cega. Sou um ser típico astrológicamente falando e depois dizem que astrologia é balela.. Socorro, para tudo que quero descer. Dá pra nascer de novo um pouco mais virginiano ou libriano?

e uma vez fui definida assim..

Malee: an easy-living, open-minded person who lives life both in the fast and the slow way Martin Krapp

e da falta que faz o pintar..

I believe that harmony are collors
Everytime I paint it sharpens my harmony..
Yesterday I´ve tried to paint you but the collors weren´t beautifull enough
your love goes beyond what can I say ..Beyonce

24 setembro 2006

"Do canteiro, quero coentro, quero o alho
Eu quero o tampo da cumbuca do balaio
Do balaio, quero o fundo, quero o tampo
Desse boi eu quero o chifre eu quero o guampo".
(letra de uma curraleira, dança do Urucuia)

freezing - suzanne vega

If you had no name
If you had no history
If you had no books
If you had no family

If it were only you
Naked on the grass
Who would you be then?
This is what he asked
And I said I wasn´t really sure
But I would probably be
Cold

And now I´m freezing
Freezing

o remexer do passado

O remexer do passado.
Como que se buscando entender o caminho que tomei para chegar onde estou, como estou.
O silêncio do presente faz-se buscar respostas, como se houvessem estas respostas.
Buscar no passado as respostas que o presente não dá. Tentar entender o porque do hoje, olhando uma foto antiga. Uma situação passada que, no entanto não dá a possibilidade de mudar o que passou, e muito menos o que passa.
Não se pode mudar o passado, pode-se mudar o presente?
Entender o que se foi, sem entender quem és?

23 setembro 2006

frugal

Hoje me disseram que estou frugal..
O significado disto eu tenho comigo mesma, em mim mesma.

22 setembro 2006

dica cultural pra gente que gosta de coisa boa


E não é porque faço parte, tá lindo mesmo, tudo lindo. Emocionante, inédito, tocante!
Já estou indo..

19 setembro 2006

pára de ficar rolando tempo

.. e o tempo tem rolado em um compasso rápido demais.
As coisas mudam rápido demais, pessoas mudam seus comportamentos, formas de ver o mundo. Eu mudo. Os carros passam rapidamente. Os prazos se esvaem. O trabalho nunca finda. O relógio foge com seus tic-tacs. Não há tempo, cumpra seus horários. Não há tempo que caiba no seu dia, nos seus compromissos. O dia seguinte, já foi o dia de ontem.
Estamos em Setembro, e em meados, quase no fim. Aproveite o carnaval.
Perde-se o cuidado com o pouco tempo que temos, ficamos tão absortos com a lista infinita, tão envolvidos que nos tornamos ríspidos e quase que indiferentes às coisas que mais deveríamos prezar. Não há tempo, não há forças. Não há sono suficiente. As pessoas estão indo embora, o tempo está acabando. Muitas pessoas novas invadem a sala, e nos mantemos na superficialidade, porque não cabe na lista de amigos, não dá tempo, não há tempo para mergulhar. A saudade e o cansaço se misturam. Ausências suas, ausências minhas. Não vale a pena tentar, não vale o desgaste. O que vale a pena?
Qual é o ideal? O que é o ideal? Onde estão meus ideais? Devem estar por aqui, em algum lugar... talvez no meio das pilhas de papéis que devem ser lidas e incorporadas no acumulo do saber. E pra quê tanto saber? Pra quê? Aff..

...constatações

Depois de euforias.. sentimentos pacíficos, alegres.
O reencontro com uma velha amiga, e então, parece que nunca o tempo passou, conversas, caminhadas, cervejas.
Retomada ao trabalho intenso, e a satisfação de ver as coisas andando novamente, como sempre deveria ter sido. Sentir-me dentro do meu mundo, do meu ideal de mundo. Sentir-me útil.
O trabalho duro em várias frentes.. A vontade de terminar compulsivamente todas as atividades previstas. Ânimo.

Bate o cansaço.. e o desejo de jogar tudo pro alto, desistir de alguns dos compromissos assumidos, que repensando, não creio ser mais algo que eu prezo. Alguns dos muitos. Resign. Dizer não. Chega, não posso mais. Não consigo. Não é mais a minha menina dos olhos. Não sei se algum dia foi, talvez sim, mas hoje vejo que não consigo mais olhar com os mesmos olhos. Não sou mais a mesma, e cada vez mais estou incorporando essa nova pessoa. Tentando aprender, tentando acertar, corrigindo erros. Assumir fraquezas e debilidades. Conviver com as mesmas. Desistir de salvar o mundo.
Mandar às favas, o que não mais me agrada.

Como diz meu amigo .. vai dormir .. dorme, descansa que passa.
Segundo ele o melhor remédio pra todos os males.. durma. Vou seguir o conselho dele. Acho que ele está certo.

15 setembro 2006

.. e que Clarice continue a nos iluminar dia a dia.

Renda-se como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Clarice L.

14 setembro 2006

.. e pra quem começa a se cansar de tudo o que advém do virtual, uma música de Moska - Virtual(mente)

De onde vim? Pra onde irei? Não sei
Nada está no mesmo lugar
Meus olhos no espelho, ainda estão vermelhos
Não agüentam lhe ver chorar

Eu daqui, você de lá
Encontros virtuais todo dia
Já nem sei no que vai dar
Nossa paisagem nova, pop filosofia

Outra realidade pra anestesiar
Nossa viagem sem sair do lugar
Eu sei que o nosso amor ainda navega
Mas tudo que eu grito não chega aos seus ouvidos

Nada mantém o meu coração refém
Preso no espaço sideral
No abismo da rede, ondas que vão e vêm
Alimentando o amor ideal
Tudo bem, tudo igual
Novamente sem seu sorriso
Até amanhã, e ponto final
Pra ir pro paraíso, tudo que eu preciso é

De outra realidade pra anestesiar
Nossa viagem sem sair do lugar
Eu sei que o nosso amor ainda navega
Mas tudo que eu grito não chega aos seus ouvidos

Eu, numa ilha, sem balanço do mar
Mal, minhas garrafas sempre voltam pra cá
Talvez, tudo vá se encaixar
Mas sei, solidão a dois, nunca mais

...e hoje na aula de alemão.

So viele Menschen sehen Dich
Doch niemand sieht Dich so wie ich
Denn in dem Schatten deines Lichts
Ganz weit dort hinten sitze ich

Ich brauche Dich - Ich brauch dein Licht
Denn aus dem Schatten kann ich nicht
Du siehst mich nicht - du kennst mich nicht
Doch aus der Ferne lieb ich Dich
Ich achte Dich - verehre Dich
Ich hoff auf Dich - begehre Dich
Erfühle Dich - erlebe Dich
begleite Dich - erhebe Dich
Kann nicht mehr leben ohne Dich

Dies ist der Morgen danach
Und meine Seele liegt brach
Dies ist der Morgen danach
Ein neuer Tag beginnt
Und meine Zeit verrint

Dieses alles schreib ich dir
Und mehr noch brächt ich zu Papier
Könnt ich in Worten alles Leiden
Meiner Liebe dir beschreiben
Nicht die Botschaft zu beklagen
Sollen diese Zeilen tragen
Nur - Ich liebe Dich - doch sagen

Heute Nacht erhälst du dies
Ich bete dab du dieses liest
Im Morgengrauen erwart ich Dich
Ich warte auf dein strahlend Licht
Ich träume dab du mich bald siehst
Du morgen in den Schatten kniest
Und mich zu dir ins Lichte ziehst

Dies ist der Morgen danach
Und meine Seele liegt brach
Dies ist der Morgen danach
Ein neuer Tag beginnt
Und meine Zeit verrint

Der Morgen Danach - Lacrimosa

... e sobre a produção durante uma aula sobre comunicação.

Assuma a responsabilidade e conseqüências. Mostre sua cara, leve o tapa, deixe e se esforce para acontecer o que teme. Ou então fique com o peito apertado, o pensamento trêmulo, a garganta sêca. Esconda-se, e esconda-se de si mesmo. Não existirá espaço para quase mais nada, além de imaginar como seria o tão temido monstro.
O olhar triste se instala. O medo e o calafrio percorrem o corpo. Terá então a certeza de que está vivo e por vezes preferiria não estar.

... e sobre momentos de nossas vidas.

Turbilhão que chega dizendo à que veio. Acorda caboclo! Entre em meu ritmo, o seu está muito lento. Tudo fica tão frenético que a impressão é que se perde o chão, se perde tudo. O medo toma conta. Afoito perde-se o fôlego, começa a correr atrás do turbilhão, tentando reconstruir o que foi destruído. Achar o que foi perdido, recuperar o que foi deixado. O medo gritando no presente. O turbilhão é um aviso, aviso que se está demasiado fora do eixo. O ritmo retoma sua lógica, o seu compasso. O turbilhão perde o sentido, perde sua função momentânea e deixa então o caboclo novamente regrado, e seu medo um pouco esquecido.

10 setembro 2006

Deixe como está
Não nutra, não deixe crescer.
Faça o movimento inverso
Sufoque, contenha, mate.
Não sinta
Deixe estar

Abstraia-se, devaneie
Desista de suas vontades
O desejo de estar, sem poder.

Verás e não poderás querer
Desejarás e não poderás ver

Queres tocar e não alcanças
Queres falar e não tens escuta
Gritas ao vento,
e perdes o som no infinito.

Serás banido, cortado, lançado fora
Não terás direito à existência

e o repertório noturno ..

...Você pega o trem azul
O sol na cabeça
O sol pega o trem azul
Você na cabeça
O sol na cabeça ...

(o trem azul - milton nascimento)

08 setembro 2006

e aos devotos de clarice...

Também era bom que não viesse tantas vezes quantas queria: porque ela poderia se habituar à felicidade. Sim, porque em estado de graça se era muito feliz. E habituar-se à felicidade, seria um perigo social. Ficaríamos mais egoístas, porque as pessoas felizes o eram, menos sensíveis à dor humana, não sentiríamos a necessidade de procurar ajudar os que precisavam - tudo por termos na graça a compreensão e o resumo da vida.
.. extraído de uma aprendizagem ou o livro dos prazeres C. Lispector

entre as muitas divagações sobre a cana..vamos à ela.

Faz tempo, algum tempo que não tomo cana pra valer.. daquele jeito que quando é feito, o indivíduo faz promessas e abstinências por um bom período de tempo, sem nem encostar ou cheirar álcool.
Beber com propriedade.
Preecher com cana.. o buraco de dentro, anestesiar, esquecer ou lembrar, e então acordar com ressaca e gosto amargo na boca. Assim, voltar ao cotidiano.

06 setembro 2006

santa chuva

e essa música anda grudada na minha cabeça, acordo cantando, e olha que prezo o silêncio de manhã..
Viva os diálogos!!!
...de Marcelo Camelo.

(ele)

Vai chover de novo
Deu na TV
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza a ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim
Não vá pra lá
Meu coração vai se entregar
À tempestade...

(ela)

Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu
Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...

finalmente esse texto antigo cabe aqui.. adaptado.. mas cabe..

Nada a dizer.
Não acho nada, pelo menos nada que me agrade no momento, para colocar aqui.
Talvez o mundo já esteja repleto, de palavras, frases, cores, movimentos.
Há muita informação correndo fora do portão.
Aqui estou eu então, de próprio punho, ou melhor de própria digitação preenchendo este espaço que talvez devesse ficar vazio. Mas o vazio é de difícil digestão para este mundo tão acostumado com tanta coisa, tanta gente, tantas cores, tanta informações.
E agora neste momento.. em que eu deveria estar correndo atrás de fazer as minhas próprias coisas. Fico aqui preenchendo este espaço...
Isso não tem fim.
Então boto um ponto final, pois lá fora do portão além de toda a informação tem também um dia lindo e os pássaros continuam a cantar e acho que vou deixar a promessa de lado e fazer a minha caminhada diária, que foi prescrita por toda a junta médica a todos os seres humanos, como algo para manter o coração saudável. Já que o cotidiano, nas tentativas de relacionar-me não estão sendo o suficientes nesse quesito, aliás talvez até o inverso, então melhor fazer os tais dos exercícios.

05 setembro 2006

e sobre ser importante..

-you are also really much important to me
-am i?thanks for making me important to you
-you are important to me

e sobre ser uma mulher bomba...

Inadequação, como se tudo o que falasse fossem respostas erradas e ao final ser reprovada no teste.
Como se o que sou, realmente não satisfizesse, como se não bastasse.
E quando bastasse, me tomasse um sentimento de repudio.
Vontade de ficar em uma rede, sob o sol de inverno. Ouvir os sons que vêem da rua e nada mais.
Não pensar. Não me importar. Não existir.
Medo. Medo de mim mesma e dos pensamentos, cores, sabores e dissabores que passam pela cabeça.
Sentimento de que não vai ter jeito, de que se está perdida, sem solução. Parece que as histórias se repetem, e dá medo da repetição, porque você já sabe o final, já sabe o que vai acontecer ao fim do ciclo.
Estressada por ser eu mesma, por ser quem sou.
A vida não é fácil, mas quero fazê-la mais fácil, mais simples.
Pra que tanto sofrimento? Pra que tanto pensamento vil?
Vou ver televisão. Odeio televisão.
Quero explodir.

04 setembro 2006

e sobre gatos...



Os únicos animais que mesmo domesticados guardam características selvagens. Há quem os odeie, há quem os amem. Independentes. Despertam fascínios. Supersticiosos ou não, quem nunca ficou obcecado ao ver um gato preto. O olhar indiferente deles em relação ao outro, a cães que loucamente insistem em latir, às pessoas que tomadas pela raiva insistem em enxotá-los de um território pelos quais eles transitam sem medo de fronteiras.

Utilizados pelos egípcios como caçadores de ratos e venerados como deuses. A deusa Bastet, deusa da fertilidade e da felicidade, benfeitora e protetora do homem, era representada como uma mulher com cabeça de gato. Na Idade Média juntamente com as bruxas, os gatos foram punidos e tidos como criaturas do diabo e muitas vezes eram queimados junto com as mulheres acusadas de bruxaria ou mesmo sozinhos.

Acredita-se que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos, sendo mestres nos sentidos. Não há barreiras e obstáculos para estes.

Admito que apesar de não ser uma fã número um destes bichinhos, admiro e creio ter muito que aprender com eles.

(informações históricas extraídas e adaptadas do wikipedia)

03 setembro 2006

e do verde dos teus olhos...

Me abraça, me aperta
Me prende em tuas pernas
Me prende, me força, me roda, me encanta
Me enfeita num beijo

M. Nascimento
Não sou freira nem sou puta ... R. Lee E Z. Duncan

nessa espera o mundo gira em linhas tortas

Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo

Abre essa janela
primavera quer entrar...

de Marcelo Camelo para mim, para tu, para vós, para eles.

aos meus amigos obrigada por tudo...

Admito, ainda estou sob influência descarada das palavras que entraram ontem nos meus ouvidos...
Para vocês! Isto é, se existem vocês lendo estas linhas. Afinal minhas palavras só fazem sentido, ainda mais neste tom de diálogo, quase mais que um monólogo, se existem alguém lendo.
Pensamentos sobre minha existência inexistente no mundo, de que realmente sou descartável, de que não há ninguém esperando nenhuma carta, ou notícia minha, de que o telefone continua e continuará mudo. E de que estas palavras serão apenas palavras jogadas ao vento, jogadas na rede, e perdidas no espaço como lixo virtual. Poluição escrita. Poluição da mente.
Bom tudo isso é fruto da desorganização das minhas idéias.
Várias vezes com pequenas palavras e gestos sou presenteada com idéias contrárias a este pensamento vil. Isto me toca e me deixa intensamente feliz. – Sem tu não é a mesma coisa!
Faz me acreditar de que sou importante e me deixa assim, me sentindo parte do mundo, pertencente ao meu pequeno mundo, a minha pequena realidade, real, não virtual. Acho que estou mais carente do que gostaria e deveria.

Bom pra vocês, você ou ninguém agora apresento.
Maria Rita, intérprete de muitas músicas boas.

carteiro escondeu 2 toneladas de cartas em casa

Será que tem alguma carta minha lá?

e da incapacidade de expressão..

Muitas vezes não consigo explicar o que sinto, o que penso.
Em muitos outros momentos as músicas e poesias, palavras já organizadas e impressas falam coisas das quais tenho até medo. Às vezes os desenhos e cores são as melhores formas para expressar.

Tenho medo.

Odeio às vezes os pensamentos.

Preciso voltar a desenhar.

02 setembro 2006

alvorada...a cor da esperança

Nada como Cartola para nós acompanhar até o fundo do poço, mas também nos acompanhar na saída e no festejo como no carnaval quando resolvermos dançar, conviver e celebrar pelos arredores do poço, e porque não até em um caminho novo, por vizinhanças desconhecidas e florestas ainda selvagens.
Nem se precisa ter muito que festejar. Mas ele simplesmente com sua poesia e batuque nos faz pensar que realmente vale a pena sorrir quando se pretende levar a vida.
Afinal..

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
Mas o que me resta é tão pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida.
...
A tristeza vai transformar-se em alegria,
E o sol vai brilhar no céu de um novo dia,
Vamos sair pelas ruas, pelas ruas da cidade,
Peito aberto,
Cara ao sol da felicidade.
E no canto de amor assim,
Sempre vão surgir em mim, novas fantasias,
Sinto vibrando no ar,
E sei que não é vã, a cor da esperança,
A esperança do amanhã.

Que santo Cartola nos dê bom ânimo...

01 setembro 2006

qual a resposta?

viver, voar ou morrer?

e sobre a agonia...

Sempre fui invejado e sempre fui orgulhoso ao pensar no meu sono de criança, deitava dormia e sem precisar me mover na cama, sempre profundamente. Sem me abalar com os piores dos terremotos.
Esta noite não dormi, remexi, tive sonhos recorrentes, assustadores, sobre o cotidiano da minha vida. Cobranças internas e externas, medos, falhas. Como se estivesse sendo testado e reprovado a todo o momento.
Como se fosse uma farsa, fingindo ser algo que não tenho a capacidade de ser, como se não fosse bom o suficiente.
Acordo angustiado, sentimento agoniado na minha garganta, coração um pouco disparado, boca do estomago apertada. Medo. Agonia.
O presente me assusta, o futuro nem sei, nem penso nele. O presente acontece agora, e me deixa perdido. Perdido no emaranhado do meu próprio cotidiano. Cumprir os prazos e atividades. Fazer direito. Cumprir meu papel na sociedade em que vivo. Lidar com o turbilhão de pensamentos e sentimentos que transitam no trânsito caótico da minha cidade.
Quero o anoitecer na cidade, o entardecer, com direito a parada para olhar o pôr do sol.
Quero colo e cafuné, quero um lugar seguro, se isso existir, ou for possível. Mesmo que a segurança esteja dentro de uma caverna, dentro do apartamento vazio. Apenas isto.
Um banho afoga essa agonia? Uma volta de bicicleta? Desce uma aí, por favor!

30 agosto 2006

e dos porquês de escrever..

Escrevo-te porque me dá vontade, porque tens um belo sorriso, porque me inspiras a alegria e a coisa boa.
Nao entendo não ter tuas respostas.. mas não posso ou quero me importar. Por isto não me entristeço, ou me calo, não me retiro, nao desisto.
Escrevo-te porque te escrevo.
Independente de até quando o farei, independente de vir resposta ou não, do que pensas ou não.
Independente de te encontrar ou te ver alguma vez mais.
Não me preocupo com isso.
Não peço nada. Nem espero nada.
Apenas fico feliz de te lembrar que existo e que gosto do seu sorriso e te contar o que ele representa para mim.
Fico feliz de ver que você existe..
e me conformo com a realidade de que talvez eu não precise existir na sua vida, para existir na sua vida.

ah e o medo ..o medo de acreditar apenas nisto

Você não pode.. não está podendo.
Não deve, não têm o direito.
Os sonhos se esvaem.. a realidade toma conta.
Esqueça. Você não pode, não tem o direito. Baste-se a isso.
Não sonhe, não tenha esperança, viva apenas o seu dia a dia, pague as contas, cumpra seu trabalho.
Não sonhe. Não tem futuro, não há esperança.
Não faça mais dívidas, não tente encontrar a felicidade, encontrar outra realidade.
Não se esforce. Não tente esquecer, não ouse lembrar, não beba pra esquecer.
Não fuja da dor. Sinta-a absorva-a, faça dela a prova de sua existência.
Apenas faça tudo certo. Não erre. Você não tem tempo, nem o direito de errar. Sua existência é muito curta.
Faça o seu trabalho, cumpra a tua rotina, faça a sua parte.
Deixe passar os dias, envelheça. Não se corrompa pela luxúria, pelos desejos.
Não.
Não ouse, vc nao tem o direito. Não invente, não tente.
Pague suas contas, pague sua penitência. Não sonhe, não busque a felicidade.
Não acredite que ela exista. Viva apenas. Pague o seu preço.
Entre no metrô, pegue sua condução, bata o seu cartão, cumpra o seu dever, não ouse sorrir, não ouse sonhar. Pegue sua condução de volta para casa, para a sua caverna. Coma sua comida, tome seu banho. Não sinta tesão. Dou-te o direito a uma masturbação mecânica, apenas com a finalidade de liberar fluídos acumulados. Não olhe o diferente, ser diferente. Não ouse sonhar, não ouse desejar, não ouse querer sentir um calor de outrem. Não sorria para estranhos, não ouse trocar palavras com estranhos. Você não precisa de amigo, não existem amigos.
Durma, tome seu café preto e reinicie o seu dia. Mas no caminho não ouse olhar para a borboleta do caminho e desejar algo diferente.
Cumpra sua função.
Seu fim. Nada mais.

mulherices..

Calça ou vestido? Sofrimentos por compulsões, por solidão, pela roupa que não cabe, pela TPM que se anuncia, esforço para perder os quilos. Uma blusa da vitrine que é a sua cara. Relações com a mãe, relações com os filhos. O prazer e do chocolate em dias de fúria. A culpa pelo chocolate em dias de fúria. Descobrir-se mocinha, quando começa a aproveitar a meninice e então se tornar mulher enquanto ainda se é jovem. Envelhecer e amadurecer. Entender os ciclos que se repetem. Sentir-se frágil e forte, entender e aceitar suas limitações, rir e admirar a beleza da juventude e a beleza madura. O telefonema e o não telefonema. O que fazer para o jantar? Conselhos sentimentais, discussões de relação, uma receita nova e infalível. O fazer das unhas, a lua que muda, a tintura que acaba. A carne que passou do ponto. Terapia, válvulas de escape, descarrilhos.
Preocupações com o lavar da louça acumulada na pia, refeições da prole e do marido. Relatórios a serem entregues, a reunião no dia seguinte logo pela manhã.
A empregada que faltou, o atraso para a ginástica, atraso na ginástica. Uma ruga que desponta, o corpo que se transforma.
Transformações do corpo, da mente. Dar luz à vida, achar a luz da vida. A falta de libido, o excesso de libido. O eterno esforço de tentar entender o outro, entender a si mesma, tentar entender a vida. Complexidades, futilidades, simplicidades, detalhes de cotidianos.

pérola de lizz..

Wake Up, Little Sparrow

Wake up, wake up
Little sparrow
Don't make your home
Out in the snow

Little bird,
Don't you know
Your friends flew south
Many months ago

You´re just a babe
You cannot fly
Your wings won't spread
Up against the sky

Wake up, wake up
Little sparrow
Don't make your home
Out in the snow

28 agosto 2006

e quando crianças cantávamos essa ciranda..o que será que esperam dos adultos?

Ciranda, Cirandinha
Vamos todos cirandar

Vamos dar a meia volta
Meia volta vamos dar
Vamos dar a volta inteira
Cavalheiro troca o par

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou

e porque gosto de rita lee.. continuando minha saga musical

No espelho não é eu, sou mim.
Não conheço mim, mas sei quem é eu, sei sim.
Eu é cara-metade, mim sou inteira.
Quando mim nasceu, eu chorou, chorou.
Eu e mim se dividem numa só certeza.
Alguém dentro de mim é mais eu do que eu mesma.

Eu amo mim
Mim ama eu
R. Lee