29 dezembro 2006

o sanduíche

Resolvi lutar contra mim mesma
porque desse jeito nao chego ao fim do ano,
que aliás insiste em demorar a chegar.
Minha primeira atitude foi fazer um sanduíche
de queijo, com porções de maionese e catchup avantajadas,
como amo essa combinação.
acho que essa primeira resolução não foi muito bem o retrato mais perfeito de uma prossível luta contra mim mesma, mas sim um afogamento nos prazeres palatáveis.
Bom.. vou sair dessa inércia. Quero a panacéia!
prenda-me nos teus braços é o que lhe peço..(vercilo & carolina)
antes que eu me perca mais do que já me perdi,
que eu estraga tudo,antes que eu vá embora,
antes que eu me exploda junto com os fogos deste fim de ano
que não chega nunca, que nunca acaba
quem sabe assim aliviar essa agonia
que fica presa na garganta e no peito
eu chorei. não foi alegoria.
o choro nem sempre tem a mesma lágrima
o mesmo soluço.

enjoy the silence - depeche mode

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Cant you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence

28 dezembro 2006

aos que observam e vigiam o tempo todo. todo dia, tantas vezes, tantos meses.

Veja que sou livre, eu vôo. Perco-me entre vôos curtos, longos, tortuosos, cíclicos, não tenho métrica, não tenho padrão, apesar de muitas vezes previsível. Às vezes me acho, e quando o faço, gosto muito do que vejo, quase não reconheço quando me olho no espelho.

Mas não se engane.. não se engane, não.

Muitas vezes não me vejo, meus olhos se desviam pelas ruas, pelas figuras. Meu olho me engana ou me engano com meu olhar quase todo tempo. Sou invisível. Misturo-me nas grandes massas, massas atmosféricas, massas italianas.

Deixe-me assim. Não ameaço e não gosto de ameaças. Não gosto de invasões, nem bárbaras, nem amenas, apenas as consentidas.

Honestamente tenho uma tendência à preguiça e à vagabundagem. Apesar de também ter uma tendência ao trabalho compulsivo, desmedido. Às vezes, coisa esporádica e temporal, admito. Extremos, antagônicos.

Não tente entender. Eu não entendo e já desisti. Apenas vejo, admiro, me regozijo com o belo. Digo, o que é belo ao meu modo, ao meu gosto.

Não gosto de encrenca, tenho poucos inimigos e se os tenho, honestamente, deles não quero obter notícia, muito menos saber da existência. Não me incomodo com eles. Eles que me odeiem dentro de suas cápsulas. Benditas sejam as cápsulas protetoras como diriam já os gafanhotos. Viva os gafanhotos!

Por isso.. por isso não se engane.

Sou mais ingênua do que deveria e menos do que gostaria. Ou o contrário, ache o que quiser. Se eu quiser posso ser puta ou santa. Gosto dos destilados, preferencialmente pinga.

Não falo todas as línguas que gostaria e deveria, não sei os nomes de letras de canções, nomes de ruas e nomes de compositores. Um dia, talvez, com aquela risada debochada, chego à perfeição, à minha imperfeição.

Sou de alto nível, além de alta, mas quando e se quero posso ser péssima, o que acontece freqüentemente. O mal muito bom dos aquarianos e de zirilas, caminhar de calças arriadas para o julgamento acusador e matador alheio. Minhas pitadas de tosquice.

Sou autodivertida. Dou risada de mim mesma. Amo surpresas, cumpro as promessas. Sou falha. Na maioria das vezes, para a minha alegria, me surpreendo, sempre.

Sou assim, uma tendência viciada a ter um sorriso estampado no rosto.
Ah...os sorrisos. Esses alegram a alma e sozinhos aquecem um coração.

rascunho

e o rascunho das idéias e palavras que há muito estavam acumuladas na mesa foram esquecidas no meio de um livro, dentro de uma escola que estava de luzes apagadas e portas trancadas, vazia.
Apenas permanecendo a vontade de gritar, debater-se, como dentro de um liquidificador ou quando presa em uma camisa de força, finalmente explodindo em lágrimas, gozo e riso, tudo ao mesmo tempo, desordenadamente, freneticamente, anonimamente, mente, ente.

25 dezembro 2006

e as mensagens de natal se acumulam na caixa de entrada do e-mail.

tudo novo de novo - moska

e essa música que não sai da minha cabeça... acho que talvez ela consiga dizer um pouco sobre essa época que estamos passando.

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
e eu.. no meio de tudo, no meio dos abraços, no meio das felicitações, eu.. que nem gosto do natal, aliás.. não gosto nada.
Chorei.. chorei feito uma boba. Chorei e fiquei toda borrada.

22 dezembro 2006

ah.. mas nos outros intervalos...

Nos outros intervalos sinto no estômago que a espera finalmente esta por acabar, faltam apenas algumas horas e confesso, um estar que já está estampado na cara e no corpo, óbvio, não vejo a hora.

de alguns intervalos

Às vezes, em alguns intervalos, pego-me pensando nas pessoas queridas e distantes. Penso nelas com carinho, com saudades. Espero que este carinho mandando via vento baste, porque não tive tempo de desenvolver meu espírito natalino neste ano. Muito menos mandar os ditos cartões e mensagens de Natal. Ho ho ho . O tempo não pára, ano que vem tento de novo. Minha única resolução de fim de ano, até agora.

ho ho ho

e enquanto isto, as pessoas insistem em mandar mensagens de Natal, felicitações e desejos felizes. As mensagens me alegram e me agoniam. O ano quase no fim, fica nesta demora pra acabar. Eu, que não gosto de Natal, fico aqui torcendo pelo carnaval, com olheiras e rouquidão pertinentes aos ofícios de professora e amante.

balanço de fim de ano

férias? descanso? isto existe? O trabalho pipoca por todos os cantos, o trânsito não acalma, o shopping transborda de gente. Filas, filas, gentes e gentes, e eu que só queria pagar uma conta. Na verdade duas contas. Finalmente paguei minhas contas, quase todas as contas, e tenho a leve falsa impressão de que finalmente, depois de um ano um tanto quanto vermelho, fecho um balanço empatado. Eureka!

17 dezembro 2006

passatempo

faz tempo que lhe espero
e a espera nunca acaba
espero vendo a vida passar
e ela passa sem economia
nunca importei-me em esperar
tenho é terror de fazer esperar
mas desta vez, confesso,
que estou cansada, entediada
e não há mais distração
que me abstraia
então escrevo.

16 dezembro 2006

uma formatura

Ah .. hoje foi finalmente entendido por cada célula do meu corpo que não tenho mais meus 23, e que meus 27 quase beirando os 28 realmente se fazem presentes.

Ana e em sua homenagem, justa, lhe dou minhas salvas de palmas e sorrisos de alegrias pelas suas conquistas, pelas suas escolhas e pela sua história. E sim a festa foi "a festa" que certamente será relembrada como talvez uma das últimas na categoria entre os amigos chegados. Muita força nos futuros plantões... porque eu.. acho que não sirvo pra coisa.

...e ainda com o rímel no olho, bom humor e grande apreciação, dei seis aulinhas hoje.
Vou mergulhar no mundo dos sonhos porque ficar já à mais de 32 horas sem dormir não dá pra mim não.
Mas, quase que ainda como num sonho ou será pesadelo, satisfeita vou me deitar com o gosto de missão cumprida. Fiz juz à minha fama cultivada nos meus 23. Que venham as outras dezenas!

Garçom (o nosso se chamava Marcos e nos atendeu com muito esmero) traga o vinho porque as bocas estão sedentas!
e da rua da minha casa, hoje vi pastos verdejantes. E como são verdes, vizinhos de um céu azul. Emoldurados por muitas árvores. Tudo isso à luz de um quase pôr-do-sol.
Sorri

15 dezembro 2006

Assumo. Confesso o que sou. Um sussuro meio torpe.
Tem hora que me sinto a mais trouxa das trouxas, a enganada.
Sou ingênua, acredito nas pessoas. Não tenho o pé atrás, nem carapuças, nem carapaças.
Acredito. Mas não assumo mais brigas.
Sou da paz, apesar de às vezes desejar ser mais briguenta.
Queria ser mais entojada, mais enojada. Daquelas raparigas bem frescas.
Que sobre seus saltos altos, (que é claro) ornam com o cinto, olham o mundo de cima. Os cabelos obviamente enlourecidos, chapeados e com a boca, aquela boca sexy, sempre pronta. Arrematada com o batom, impecavelmente retocado. Pronta.
Pronta para a briga. Pronta para fazer o mundo obedecer os seus comandos, seus desejos.
Não faço chapinha. Não tenho as rédeas do mundo. Mantenho os fios irritantemente desalinhados, assim como minha vida. Quase não uso salto, já sou deslumbrantemente alta. Sempre olhei o mundo de cima, direto das nuvens.
Não gosto de brigas. Não gosto de mal entendidos. Não gosto de meias palavras.
Gosto das palavras inteiras, com todos os acentos devidos. Frases melódicas.
Digo a verdade, até demais. As pessoas não acreditam nas verdades. Preferem mentiras.
Odeio, odeio, odeio ser má interpretada, assim como julgada. Julgada e condenada por algo que não fiz, por alguma mentira contada por aí. Não pelas verdades.
As verdades assumo, as verdade engulo.
Fico voando, as vezes me canso desse eterno vôo. Queria ser mais armada. Mais enredomada.
Mais protegida. Mais térrea. Essa coisa aérea me enjôa e me faz me perder nos meus próprios cachos. E fico presa dentro deles. Sempre.
Queria que fossem eles minhas redomas.
Mas quase nunca vem alguém mexer nos meus cachos.
Um cafuné. A liberdade em um cafuné.


Frida, a outra artista que muito gosto, gosto muito.

14 dezembro 2006

Me diz o que fazer
se o que falta é sua presença
e sua ausência está demais
Me diz, oras
quantas horas demora
ou até quando esse buraco dura
se pra isto existe cura
uma sofreguidão
que se mistura com o frio
que desce a espinha
e que termina por ficar
na boca do estomâgo que está vazia
e que em espasmos delirantes
pede que o seu semblante
acalente um pouco esse corpo
que surrado
já está viciado
em você.
e de repente se vê atada,
a ausência se torna uma agonia,
e a vontade uma tortura.
A saudade...
esta apunhala o que sobra da carne.

11 dezembro 2006

finalmente eu vi..

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

F. Anitelli - O teatro mágico

uma música feliz

e eis que em um domingo a noite,que por si só já é triste (detesto domingos a noite) encontro um exemplo de música feliz.
elas são quase uma espécie em extinção...
e apesar de todos os pesares que pesam nos pesos qeu carregamos nos ombros tensos da vida, o fim do dia teve um momento um pouco mais leve, pelo menos por alguns 4 minutos.


Sorte - letra e música de Celso Fonseca & Ronaldo Bastos

Tudo de bom que você me fizer, faz minha rima ficar mais rara.
O que você faz me ajuda a cantar! Põe um sorriso na minha cara.
Meu amor, você me dá sorte! Meu amor, você me dá sorte!
Meu amor, você me dá sorte na vida!
Quando te vejo não saio do tom, mas meu desejo já se repara!
Me dá um beijo com tudo de bom e acende a noite na Guanabara!
Meu amor, você me dá sorte! Meu amor, você me dá sorte!
Meu amor, você me dá sorte de cara!

10 dezembro 2006

é que às vezes..viajo.. e penso..
daí vem a realidde.. o homem..
e me bota no devido lugar

pergunta

Qual a característica humana mais universal? Medo ou preguiça?
- walking life

08 dezembro 2006

"Sveiks"


Eu, no papel de comunicadora e amiga orgulhosa, tenho a honra de apresentar aqui neste espaço...

Sveiks: 100 anos de imigração leta em Nova Odessa
Vídeo-documentário trata dos 100 anos de imigração leta em Nova Odessa e aborda, pela ótica de personagens e pesquisadores, os motivos que levaram a cultura e as tradições desse povo europeu à diluição e à recriação. Contextualiza, ainda, os momentos histórico-sociais do Brasil e da Letônia nos distintos fluxos migratórios, bem como a adaptação desses “letos-brasileiros”, que têm por pilares o trabalho e a fé, ao novo país.

Direção: Érica Araium.
Produção: Érica Araium, Maísa Urbano e Thais Buzanello.
E-mail de contato: sveiks.doc@hotmail.com

* sveiks, para os que não sabiam como eu :), significa olá em leto, claro.
Bem simpático, não? Então sveiks pra vcs.
** Sveiks também pode ser tchau ;)
Paldies pela atenção. Estou quase uma falante leto ho ho ho.. paldies é obrigada. Amei isso aqui!
is this the real life?
is this just fantasy?
caught in the landslide..
no scape from reality (...) Bohemian Rapsody - Queen
..
I am just too tired .
"Além de Olinda ainda se encontra quem renda tece

e tece fendas, emendas, emblemas e gemas (...)

o tecer não tem um porquê enquanto ato de entrelaçar"



José Eduardo Gramani

07 dezembro 2006

quando a água bater na bunda

tanta coisa pra fazer..
que fico assim estagnada
nada comecei, nada terminei.

Socorro!

06 dezembro 2006

um filme pra assistir


Filmes argentinos, deles sempre gostei e recomendo. Ontem assisti O mesmo amor, a mesma chuva, do diretor Juan José Campanella.
O caminhar de um homem em meio às agruras das frustrações impostas pela vida, e por uma vida profissional amarrada. O medo que permeia todas as escolhas e não escolhas. Um amor desencontrado e esquartejado pelo tempo, facetado pela vida.
Um amor, uma chuva, os mesmos, bem como diz o título da película.
Gostei.

desencontro do tempo

e o rastro torpe apegado vai sendo gasto, vai embora, some, extinto pelas horas, pela chuva, pelo relógio, que insisite em andar. Demora o passar do tempo, quando ansiosa senta-se na cadeira da espera, aguardando a notícia, vigiando a chegada, observando da janela a cidade, o dia passar.

04 dezembro 2006

e apesar de gostar dos dias de chuva

Dia de chuva, quase infernal, discussões ou seriam diálogos familiares ??, acusações, as mesmas frases, mesmos dilemas, mesmos mesmos..
Anos e anos, dias e dias.
Choro, vela. Reza.

Saí em disparada .. o trabalho como fonte de algum refrigério.
Saí pela chuva, que não era uma mera garoa, era torrencial, cidade em calamidade, ruas alagadas, trânsito empacado.

No caminho parei pra devolver uma fita, digo um DVD, um filme que há muito queria assistir. Tinha um pouco de fome, passei em um café vizinho para pegar algo pra "engolir" durante o trajeto rumo ao refrigério.

A moça do café, sorridente, com sua voz totalmente acolhedora..
- Senta, come o bolo. Quer um café?

Não hesitei. Sentei-me e quase em uma fuga, um momento perfeito, sublime. Saboreei o bolo com o café sugerido. O bolo era de chocolate, daqueles perfeitos para dias como aquele, onde a chuva caia, e onde pretenciosamente fingia não ter compromisso mais com o tempo.
E o tempo, ele parou.

notícia tosca, pessoas que compram amigos AFE

E daí surge a minha alegria incontida, orgulho latente, sorriso estampado!
Meus amigos, ah os meus amigos..
São os mais lindos e queridos..
Tem pra todas as horas, e em todas as horas os tenho.
Surgiram nas mais diversas situações, mas digo e repito sou sortuda os tenho espalhados pelo mundo todo, por muitas esquinas e nas minhas próprias esquinas.
Tem os do dia a dia.. os de todo o dia.
Os da surpresas, quando chega uma carta, ou um postal (amo postais).
Os que telefonam, os de infância, os eternos, os sumidos, os ocupados, os que trabalham muito, os que viajam muito.
Os que moram muito perto, os que moram muito longe.

Contudo, apesar de tudo e depois de tudo, os meus bons amigos.

03 dezembro 2006

chuva, chorinho e chamego
a tríade quase perfeita, só não é, porque nada é perfeito nesta vida.
Pra quê o rasgar da carne?
Pra quê serve o debulhar em palavras?
O derramar de afetos?
Pra quê serve o desejo por muito contido?

Para se sentir vivo, delira o poeta.

02 dezembro 2006

o que se faz quando o pensamento voa?
Voa pra um lugar específico, destino marcado, endereço certo... ficando na boca só um gosto amargo da ausência, quase inexistência, que é tão presente que chega a doer, tira o rumo, aperta a carne, aperta o peito, dói o estômago.
Preciso voltar a tomar o meu remédio de gastriste.