01 setembro 2006

e sobre a agonia...

Sempre fui invejado e sempre fui orgulhoso ao pensar no meu sono de criança, deitava dormia e sem precisar me mover na cama, sempre profundamente. Sem me abalar com os piores dos terremotos.
Esta noite não dormi, remexi, tive sonhos recorrentes, assustadores, sobre o cotidiano da minha vida. Cobranças internas e externas, medos, falhas. Como se estivesse sendo testado e reprovado a todo o momento.
Como se fosse uma farsa, fingindo ser algo que não tenho a capacidade de ser, como se não fosse bom o suficiente.
Acordo angustiado, sentimento agoniado na minha garganta, coração um pouco disparado, boca do estomago apertada. Medo. Agonia.
O presente me assusta, o futuro nem sei, nem penso nele. O presente acontece agora, e me deixa perdido. Perdido no emaranhado do meu próprio cotidiano. Cumprir os prazos e atividades. Fazer direito. Cumprir meu papel na sociedade em que vivo. Lidar com o turbilhão de pensamentos e sentimentos que transitam no trânsito caótico da minha cidade.
Quero o anoitecer na cidade, o entardecer, com direito a parada para olhar o pôr do sol.
Quero colo e cafuné, quero um lugar seguro, se isso existir, ou for possível. Mesmo que a segurança esteja dentro de uma caverna, dentro do apartamento vazio. Apenas isto.
Um banho afoga essa agonia? Uma volta de bicicleta? Desce uma aí, por favor!

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