O temporal se forma. O circo todo já esta armado. Cadê a chuva que não vem?
Diga-me que tudo vai ficar bem, diga-me que finalmente você pintou os olhos na tela, os meus.
O que faz o oceano, senão atrapalhar o nosso ir e vir? Que calendário é este que corrói os dias futuros e derretem os dias passados em líquido que escorrem pelo vão dos dedos das minhas mãos?
Vamos nadar até o meio, que este nosso encontro seja no meio do caminho.
Que caminho é esse? Preciso percorrê-lo sob a chuva.
Estou cansada desta caminhada.
A mesma chuva que atormenta é a mesma que refresca o corpo nesta caminhada sob o sol.
E estou cansada, mas louca pra correr novamente e me desaguar em você, por você.
Sim, digo logo, sem rodeios. Afinal o que é o homem senão formado de paixões e de chuvas?
Neste ponto da estrada tenho medo da chuva, que lava, que maltrata e refresca o corpo.
Não sei. Estou cheia de incertezas, e cansaços, e paixões. Deixa eu deitar minha cabeça no teu peito, abrace meu corpo e me afaga a alma.
Queria ter a certeza de que posso vagar o mundo sem medo de chuva ou de paixão, pois estas a mim já cabem, e são tal qual o oceano que me liga a você.
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