17 novembro 2006

cortando as raízes

e pelas mazelas da vida, a sua vida, a tesoura, sua arma, se torna seu próprio algoz.
O espelho, a tesoura, as lágrimas derramam-se com os cachos, pelo chão do banheiro.
Auto-flagelo, uma mudança significativa, como se fosse capaz de cortar seus problemas, seus vícios, seu cotidiano.
A esperança de aliviar o peso dos cachos que insistiam em encaracolar.
Descorçoada, bota seu lenço, o mesmo lenço que dera o nome de cigana.
Quisera ela realmente ter a sabedoria e os desprendimentos dos ciganos.
Esconde-se toda debaixo dos óculos de sol.
O lenço e os óculos eram sua proteção.
Segura saiu desenfreada a andar de bicicleta pelas ruas de sua vida, que ela tão bem conhecia e tentava fugir desesperadamente.

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