04 maio 2007

memorial do meu acúmulo

Às vezes fico fazendo planos, querendo mudar o meu mundo,
inventar um mundo todo novo.
Penso em mudanças, em trabalhos, em paisagens.
Percorro espaços ainda não inventados,
quase nunca olho os caminhos ontem mesmo já trilhados.
Assim me distraio.

Sempre existe a surpresa de se enxergar,
o que há muito quer ser enxergado,
nem sempre digerido, apenas acumulado.
Os acúmulos estão por todos os lados,
passeiam pela minha mesa de trabalho e preenchem as páginas da minha agenda, das agendas. Um memorial do tempo que não mais se redime,
nem mesmo frente ao pôr-do-sol que já não mais vi, fiquei presa na sala atendendo tantas tarefas, que foram listadas verticalmente na folha que ousa dar conta da minha vida, do meu tempo. Tentativas sempre frustradas pela própria dinâmica do tempo e da chuva.

Sobre a dor aprendi que sempre quer quebrar os limites do silêncio, contorce os músculos, revira tudo do avesso como num atropelo. Escancara a angústia de não se saber seus limites, suas fronteiras. Pede ajuda e depois de todo um estardalhaço, esmorece e desiste, ao menos por enquanto, até a próxima visita. E virá.

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