12 fevereiro 2008

admito

Dias assim
confinados, sem tempero
chuvosos, não pelo fato da chuva, gosto de chuva, mas tomo esta referência apenas como descrição dos meus dias, que variam do sol às chuvas dos fins das tardes de verão.
Arritmado em compasso frenético e letárgico.
Antagônico, melancólico, apreensivo.

às duras penas, sambar o samba com uma perna só
quase que insanamente, lutando contra as horas que fazem passar os dias da folhinha
Um futuro, o meu, tão próximo, cheio de incertezas e certezas, de que todas as possibilidades estão ao alcance das mãos e dos pés.

busco em minha trilha sonora, momento de evasão de mim mesma

O tormento e alento dos dias

à base de detefon que me envenena a favor dos mosquitos

e a certeza de que vai passar
pois passa
e o novo sempre rebrota fresco, como depois da chuva, esta mesma que molha as barras da minha calça - a minha vida - e suja de lama a sola dos sapatos.

Acho que tenho andado com a cabeça meio cheia, tão cheia de idéias, pensamentos, que ela chega a doer, e pra dor, esta que se instala na cabeça, foi receitado tylenol.

tomo,os comprimidos contra indicando a indicação,
às vezes a dor passa, as vezes não,
em outras vezes se transforma em companhia crônica e então
o único jeito é desistir de tudo, ainda que por um momento.

Mesmo assim, contudo,
em meio ao tremor de todo o corpo, após do relato sóbrio da minha mente confusa, à moça que me vê através das lentes azuis, me resume à idéia de que,
ela me vê bem e que devo continuar.

E eu, obedientemente continuo, só não sei muito bem, neste momento, pra onde.
Admito, talvez eu saiba e muito bem, mas tenho medo de admitir que sei.

Um comentário:

Fulana Gauche disse...

Adorei o blog. Está eleito entre os favoritos e já estou inscrevendo-me como leitora assídua! :-)
Bjins