04 outubro 2006

das pautas e compassos

Os problemas em aceitar o ócio.
Perdeu-se a prática do nada.
O meditar vazio.
Os intervalos breves.
A necessidade de se fazer preencher a pausa com melodias ainda não tocadas.
Esqueceu-se de quando sabia fazer o nada de forma tão pertinente, tão intensa.
Quando ainda não se sentia a necessidade de transpor para a pauta os sons dos passarinhos, das folhas, das cigarras.
Não se remia as notas com exatidão em compassos.
As melodias não se prendiam ao papel.
Não se preocupava com as mínimas, semibreves ou colcheias.
Só se ouvia e devaneava.

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