Aquarianos, em geral, sofrem de altos e baixos de voltagem nervosa. Como sua cabeça vai longe e rápido, estão sujeitos a alterações bruscas de ritmo psiquíco. Ciclotímicos, eles passam abruptamente a uma rabugice infernal. Estas mudanças inexplicáveis de humor são normalmente seguidas de surtos de neurastenia, quando os aquarianos têm ímpetos de apontar um rifle para a janela do vizinho ou afogar na banheira o telefone que não pára de tocar.
Crises como estas são de fácil solução, e para isto basta recorrer ao arsenal psico-tecnológico high-tech: terapia por computador, biodança e alguns artigos importados como a dream-machine - as incríveis tiaras eletrônicas de ondas alfa que, uma vez presas à cabeça do aquariano, transmitem feixes relaxantes. São também muito úteis os recém-inventados óculos escuros plugados a um walkman com sons new-age, os quais, uma vez assentados sobre o nariz aquariano, emitirão ondas de harmonia e paz interior. Não adianta recomendar uma antiquada técnica de relaxamento zen se ela não vier acompanhada do kit eletrônico apropriado: a terapia para o homem do futuro tem que contar com o auxílio de engenhocas futuristas.
A psicanálise virtual pode ser uma boa pedida, também: o paciente aquariano simula no vídeo a realidade virtual de um consultório, um divã, e um psicanalista, e, depois de 50 minutos de silêncio contrito, desliga a aparelhagem, suspira fundo, e dá graças a Deus por tudo aquilo não ter passado de mera projeção de imagens.
Textos de Marília Pacheco Fiorillo e Marylou Simonsen, publicados no livro Use e Abuse do seu Signo, editado pela LP&M.
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